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SOFTWARE

A

inteligência artificial (IA) sempre fez parte da ficção científica,

ou seja, com as máquinas pensando por conta própria, aju-

dando a humanidade na execução das mais variadas tarefas

e em algumas situações elaborando até criações ingratas que te-

riam o poder de eliminar os seres humanos...

Por enquanto, a realidade não é ainda tão dramática, e os hu-

manos, por exemplo, já estão conversando com a voz robótica que

sai dos

smartphones

, tentando responder de forma correta as suas

perguntas. Isso é um claro exemplo de IA, do mesmo modo que a

ferramenta de busca do Google.

Quando o computador Watson, da IBM, superou os campeões

humanos na competição de perguntas e respostas, no programa

norte-americano de TV

Jeopardy!

, essa conquista indicou o enorme

campo à disposição da IA, inclusive em setores que poderiam levar

a grandes lucros, como no campo da saúde.

Por isso, a tecnologia do Watson foi totalmente repensada e se

nos tempos em que foi criado para jogar

Jeopardy!

, ou seja, no ano

de 2011, quando ele era um computador do tamanho de uma sala,

agora, em 2016, converteu-se em um

software

na nuvem, funcio-

nando por meio da internet a partir de

data centers

.

O

software

Watson foi dividido ao longo de dezenas de componen-

tes de IA, incluindo um classificador de linguagem, um tradutor de

texto para fala e uma área dedicada ao reconhecimento de imagens.

Portanto, aos poucos, a IBM foi transformando o Watson em

uma espécie de sistema operacional de IA para ser usado na

cons-

trução de aplicativos

. Atualmente, mais de

100 mil desenvolvedores

(!!!) já baixaram e experimentaram o

software

. A IBM, por sua vez,

já conta com mais de 600 parceiros comerciais, desde as grandes

empresas àquelas iniciantes (

start-ups

).

Pedro Domingos, autor do livro

The Mas-

ter Algorithm

(

O Algoritmo Mestre

em tradu-

ção livre), lançado em 2015, diz: “Quem

ganhar esta corrida vai dominar a próxima

fase da era da informação. Sem dúvida, é

a IA e a tecnologia de

big data

(análise de

grandes quantidades de dados) é que irão

recriar o mundo.”

É por isso que as grandes empresas de

tecnologia estão agora cortejando e procu-

rando adquirir as mais diversas

start-ups

,

que através dos seus profissionais talento-

sos possam lhes fornecer as tecnologias das

quais ainda carecem. É por isso também que

muitos jovens talentosos que ainda estão fa-

zendo seu doutorado no campo da IA, antes

de completá-lo, já recebem propostas de tra-

balho em empresas tecnológicas com remu-

neração superior a US$ 1 milhão por ano!!!

Não se pode esquecer que desenvolvi-

mento de

softwares

é um dos setores da

economia criativa (EC), gerando muitos em-

pregos para os desenvolvedores!!!

A recente vitória (março de 2016) de um

programa de IA do Google sobre um cam-

peão do complexo jogo de tabuleiro Go foi

um outro sinal que as maiores empresas

mundiais do setor tecnológico, incluindo aí

a Apple, Microsoft, Amazon etc., estão numa

acirrada luta para dominar o campo da IA.

As grandes empresas travam uma inten-

sa “guerra de plataformas”. A plataforma

é a parte do

software

sobre a qual outras

empresas desenvolvem seus produtos e da

qual os consumidores não podem prescin-

dir. Ao se tornar uma plataforma, enormes

lucros surgem para as empresas. Assim, no

seu tempo, a Microsoft dominou os compu-

tadores pessoais (PCs) porque o sistema

operacional

Windows

se tornou o centro do

mundo do

software

para o consumidor. O

Google dominou a Internet graças ao seu

mecanismo de buscas.

Dessa forma, a empresa que controlar a

plataforma de IA – talvez seja esse o papel

que quer ocupar o Watson – poderá guiar

todo o setor tecnológico nos próximos anos.

A LUTA PELA LIDERANÇA EM

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)

O supercomputador Watson da IBM consegue combinar a IA com outra tecnologia.

CAROLINE SEIDEL

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