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ARTES CÊNICAS

T

emos algumas dezenas de polos de

cultura de todos os tipos no Brasil e aí

vão cinco exemplos:

1

º

) Festival Internacional de Teatro

de São José do Rio Preto

O evento nasceu com caráter competiti-

vo e amador, e, hoje, realizado em julho, reú-

ne um público de cerca de 100 mil pessoas,

sendo um dos maiores do País.

2

º

) Festival de Inverno de Campos do

Jordão

Em quase cinco décadas de existência,

tornou-se o maior evento de

música erudi-

ta

da América Latina. Ocorre durante todo o

mês de julho e a cidade recebe mais de 350

mil visitantes.

3

º

) Festival Internacional de Londri-

na (Filo) voltado ao teatro

Este é mais antigo festival permanente

de teatro do País – começou em 1968 – e

inseriu a cidade no circuito cultural. Ocorre

em junho e atrai cerca de 80 mil pessoas.

4

º

) Festival Internacional de Música

de Campina Grande

Na ressaca da maior festa junina do

País, os moradores da cidade e os turistas,

que chegam a uns 25 mil, podem ouvir em

julho muita música erudita.

5

º

) Festival de Teatro de Curitiba

Em 2016, quase chegou a ser cancelado, pois a crise econômi-

ca atingiu em cheio os festivais brasileiros.

O novo curador, Guilherme Weber, e o diretor do festival, Marcio

Abreu, com muito esforço conseguiram realizar o festival no período

de 22 de março a 3 de abril de 2016. Marcio Abreu comentou: “Mu-

damos a orientação do festival, que na década passada foi mais

uma vitrine do teatro brasileiro. Uma vitrine é para expor coisas e

vender. E o festival nunca foi isso. Não é um mercado, como são

outros grandes festivais, como os de Edimburgo (Escócia) e Avignon

(França).

Fala-se muito em uma crise econômica, mas o que existe, so-

bretudo, é uma crise no modelo dos festivais. É preciso repensar

esse modelo e questionar qual a função de um festival no cenário

que temos hoje. Em 2016, o evento operou com um orçamento se-

melhante ao de 2015, ou seja, com R$ 6 milhões. Os espectadores

perceberam a mudança de parâmetros no festival de 2016, isto é,

abrimos mão do quesito

novidade

para produzir

pensamento

!!!”

Os festivais são corredores de difusão, circulação de espetácu-

los e criadores de empregos diretos e indiretos e precisam no Bra-

sil da formulação da

política nacional de artes

, pelo Ministério

da Cultura, bem como o envolvimento das secretarias estaduais e

municipais da Cultura e das empresas do setor privado.

Temos atualmente cerca de 40 festivais (música, gastronomia,

teatro, literatura etc.) e em um levantamento realizado em 2015,

em 18 deles permitiu-se constatar que eles atraíram cerca de

452.100 espectadores por todo o Brasil e geraram mais de dois

mil empregos formais e 6.631 informais.

Para que festivais possam ocorrer, eles dependem muito do

apoio da iniciativa privada (82%) e uma pequena parcela (18%)

ocorre graças à ajuda do governo municipal. Dos festivais pesqui-

sados, mais da metade

não recebe

qualquer recurso advindo de

editais públicos, como leis de incentivo estaduais e federais.

Uma ação que realmente incrementaria o setor de

artes cêni-

cas

é a implantação de um programa de desenvolvimento financia-

do pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que

tem até uma certa obrigação de fomentar a cadeia produtiva dos

eventos culturais e consolidar a sua importância para a sociedade

brasileira.

FESTIVAIS

BRASILEIROS

EMCRISE

Balé no teatro Guaíra, abrindo o Festival de Teatro de Curitiba em 24/3/2016.

Uma apresentação no Festival

de Campos do Jordão.

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

8

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A