ARTES VISUAIS
A
diretora e criadora da SP-Arte/2016,
Fernanda Feitosa, comentou: “Nessa
12
ª
edição do evento que ocorreu de
6 a 10 de abril, estima-se que o montante
de vendas de obras alcançou algo próximo
de R$ 180 milhões, que mostra um redução
de 28% de transações em relação a 2015
(vendas de R$ 250 milhões).
Não se pode esquecer que essa SP-Arte
foi realizada em um dos anos mais com-
plexos do nosso País nas últimas décadas,
mas ao mesmo tempo foi emocionante, pois
superou as expectativas com um recorde de
público, com 27 mil pessoas, e também, de
certa forma, um recorde de galerias, visto
que se inaugurou um novo setor dedicado
ao
design
com 23 galerias, o que foi muito
bem recebido, totalizando assim 147 expo-
sitores.”
É importante destacar que as transa-
ções feitas na SP-Arte tiveram uma isenção
de 18% do Imposto sobre Operações rela-
tivas à Circulação de Mercadorias (ICMS)
para peças de até R$ 3 milhões, um bene-
fício concedido desde 2011 pela Secretaria
da Fazenda do Governo do Estado de São
Paulo para galerias de arte paulistas (em
2016, 49 participaram do SP-Arte) e vendas
de obras provenientes do exterior (brasilei-
ras ou não, o que é um incentivo para expo-
sitores estrangeiros).
Complementou Fernanda Feitosa: “É ver-
dade que essa isenção não é permanente,
mas já é um importante primeiro passo na
direção de uma carga tributária
menos one-
rosa
para as obras de arte, que devem ser
entendidas como um
bem cultural
e me-
nos como um produto. O maior impacto da
isenção é aquele sentido nas importações
de obras de arte, brasileiras ou estrangeiras, onde a carga total
chega a mais de 50%. Em países mais desenvolvidos que o nosso,
essa carga varia de 0 a 10%!!! O ideal seria pelo menos a elimina-
ção do ICMS para obras que fossem de países do Mercosul. E há
um outro anacronismo na nossa legislação com a penalização que
existe sobre a fotografia e videoarte, sujeitas a cargas muito supe-
riores a pintura e escultura. A fotografia sofre tributação de cerca
de 55% e o vídeo, de 80%, impostos que são totalmente irreais.”
Um fato curioso que ocorreu nessa SP-Arte/2016 foi a contro-
vérsia sobre a obra
Summer Love
–
Gamboa Seasons
, um pintura
de 3 m por 5 m realizada pela artista Beatriz Milhazes (que con-
quistou em 2008 o primeiro recorde de brasileiro vivo em leilão
internacional – no caso, da Sotheby’s de Nova York – com a venda
da sua pintura
O Mágico
por US$ 1,049 milhão). Ela ficou exposta
durante os três primeiros dias do evento no pavilhão da Bienal e
aí “desapareceu”, quando ocorreu um boato que teria sido vendida
por R$ 16 milhões!!!
O
marchand
Peter Cohn deu a seguinte versão: “Em virtude do
grande falatório e celeuma, a Dan Galeria devolveu a obra para o
seu proprietário original e o negócio não foi concluído. O valor da
pintura consignada para a Dan para ser comercializada na feira era,
na verdade, algo ao redor de R$ 12 milhões...”
De qualquer maneira, esse “caso Beatriz Milhazes” tornou-se
icônico tanto pela polêmica quanto pelas cifras milionárias no meio
da intensa crise política e econômica no Brasil!!!
SP-ARTE/2016
TEM
RECORDE DE PÚBLICO
E UMA
REDUÇÃO DE
28%
NAS VENDAS
“Em virtude do grande falatório e
celeuma, a
Dan Galeria
devolveu a
obra para o seu proprietário original e
o negócio não foi concluído. O valor da
pintura consignada para a Dan para ser
comercializada na feira era, na verdade,
algo ao redor de
R$ 12 milhões...
”
Fernanda Feitosa, a criadora do SP-Arte.
DIVULGAÇÃO
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