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N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 6

T

em artista que esculpe em argila; ou-

tros, em mármore ou bronze. O norte-

-americano Nathan Sawaya optou em

fazer suas esculturas usando os coloridos

bloquinhos de plástico do Lego.

Em agosto de 2016, foi aberta sua expo-

sição, na Oca, em São Paulo, intitulada

The

Art of the Brick

(em tradução livre

A Arte com

o Bloco

), incluindo escultura de clássicos

como

O Pensador

, de Auguste Rodin, e

O

Grito

, de Edvard Munch, peças que parecem

ter movimento!!!

Numa entrevista para a articulista Maria-

ne Marisawa, publicada no jornal

O Estado

de S. Paulo

(15/8/2016), Nathan Sawaya

explicou: “Naturalmente, tinha blocos de

Lego quando era criança. Entretanto, foi

bem mais tarde que eu redescobri as pe-

cinhas. Fiz faculdade de Direito, fui advo-

gado corporativo em Nova York, e, quando

chegava em casa, precisava de algum tipo

de válvula de escape. Assim, eu desenhava,

pintava, esculpia com materiais mais tra-

dicionais, como argila, arame etc., até que

um dia pensei no Lego. E se tentasse fazer

esculturas com esse brinquedo da minha

infância? Daria para elaborar uma arte con-

temporânea com os blocos Lego?

Comecei a fazer experiências.

Aí surgiu na minha vida uma combinação

incrível: fazer algo que eu gostava, que as

pessoas também admirassem e que fosse

uma carreira nova para mim.

Descobri logo

que criar me deixava feliz!!!

A arte não pode ser opcional. Acho que

é parte importante da vida de todo mundo.

Quando era advogado, não era feliz. Con-

forme fui estudando mais a

arte

e a

cria-

tividade

, notei que isso me trazia diversos

benefícios. Ser criativo deixa você mais

saudável. Aliás, a arte é usada por espe-

cialistas como terapia. E o principal:

a arte faz com que você fique

mais inteligente!!!

Recorde-se que a primeira escultura da fase madura de Nathan

foi uma maçã. Depois, vieram um telefone, um criado-mudo, um lá-

pis, um caderno e, ou seja, os diversos objetos que uma pessoa tem

na sua casa. Mais tarde, ele ficou apto para construir com os blocos

coloridos barcos, uma réplica da ponte do Brooklyn, uma ambulância

com orelhas de coelho e assim por diante.

Os seus trabalhos passaram a ser admirados, mas aí surgiram

“desentendimentos” com a empresa Lego, que quis impedir que ele

usasse a marca. Lembrou Nathan Sawaya: “Levou muito tempo e

conversa para que os executivos da empresa aceitassem e enten-

dessem que o que eu fazia era bom para a Lego, pois isso era propa-

ganda grátis para ela. Sorte que eu sou advogado. Atualmente, man-

tenho boas relações com a companhia, compro as peças que preciso

e ela compreendeu que proibir as esculturas não fazia sentido. Seria

como se um fabricante de tintas proibisse pinturas com elas....

Minha arte é acessível, porque utiliza um material muito familiar.

Pouca gente tem cerâmica, tinta óleo ou mármore em casa, mas

muita gente tem Lego. E todo mundo pode fazer as suas criações

com eles.”

Aos 43 anos e depois 74 exposições em 13 países, parece que

agora tudo está encaixado na vida de Nathan Sawaya, que ressaltou:

“Ser artista é bem melhor do que trabalhar como advogado. Posso

usar jeans o dia todo, sair para passear com minha cachorrinha e

ser meu próprio chefe, o que me permite ter férias quando quiser...”

Como é, caro leitor(a) da

Criática

, ficou animado para ir à exposi-

ção

The Art of Brick

de Nathan Sawaya?

A EXPOSIÇÃO DO

NORTE-AMERICANO

NATHAN SAWAYA:

THE ART OF

THE BRICK

Minha arte é acessível, porque utiliza um

material muito familiar. Pouca gente tem

cerâmica, tinta óleo ou mármore em casa, mas

muita gente tem Lego

. E todo mundo pode

fazer as suas criações com eles.”

Aí está uma obra

de Nathan Sawaya.