O
empresário brasileiro Jorge Paulo
Lemann – dono de uma fortuna
estimada em cerca de US$ 30 bi-
lhões – controlador da AB InBev, a maior
cervejaria do mundo, da rede de
fast-food
Burger King e da Heinz, começa a se tor-
nar também um importante investidor em
empresas de inovação. Isso indica que
não há limites para a ambição de um dos
maiores empreendedores do mundo.
Em maio de 2016, Lemann tornou-se
um dos investidores do Snapchat, uma
rede social de fotos e vídeos desenvolvida
por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie
Brown, estudantes da Universidade de
Stanford, nos
Estados Unidos da Améri-
ca (EUA), que hoje tem 150 milhões de
usuários diários e um valor de mercado
de cerca de US$ 22 bilhões. Sua entra-
da nesse negócio foi por meio do fundo
Innova Capital, do qual é um dos investidores. O valor aporta-
do no Snapchat, que captou US$ 1,8 bilhão em uma rodada
de investimentos em maio de 2016, está sendo mantido em
sigilo. Entretanto, nada indica que Lemann vá mudar significa-
tivamente o perfil de seus investimentos. Contudo, os passos
mais recentes do empresário – que mora na Suíça e é conhe-
cido por mergulhar a fundo em cada negócio no qual põe seu
dinheiro – mostram que, ao mesmo tempo em que articula a
fusão da sua gigante AB InBev, dona das marcas Stella Artois
e Budweiser, com a SABMiller, também diversifica atuação em
diferentes negócios, com a aquisição do controle da Benjamin
(uma rede de padarias); da Dauper (empresa de ingredien-
tes alimentícios e
cookies); da Diletto (fabricante de picolés
premium); da Movile (empresa de aplicativos, dona da iFood e
PlayKids); em outras empresas de software e inclusive no fundo
Gera, da área de educação.
Ressalte-se que todos esses investimentos considerados
“fora da curva”
, incluindo o do Snapchat, foram feitos pelo
fundo de investimento Innova Capital, gerido com muita com-
petência por Verônica Serra, que faz parte do
board
global
da Endeavor, uma das maiores organizações de apoio ao em-
preendedorismo. É por meio desse fundo de gestão, o qual
tem vários investidores de peso, entre os quais Marcel Telles,
sócio de Jorge Paulo Lemann, que ele está buscando oportu-
nidades para ganhar dinheiro fora da chamada economia real,
diversificando seus negócios.
Já foram lançados no Brasil, desen-
volvidos por
start-ups
nacionais,
softwa-
res
, que possibilitam a que a prescrição
médica seja emitida de forma eletrôni-
ca e, em breve, ser possível um médico
enviar a própria prescrição para uma
farmácia.
No início, houve uma explosão de
start-ups
voltadas para o
e-commerce
,
mas como o Brasil tem uma população
médica por volta de 400 mil profissio-
nais ativos, os quais querem atender de
forma melhor e mais efetiva, isso ace-
lerou muito o surgimento de algumas
dezenas de
start-ups
voltadas para o
health care
.
Alguns especialistas em tecnolo-
gia acreditam que chegar à saúde foi
certamente a última fronteira do avan-
ço cibernético, e isso chegou na hora
certa, visto que os novos formados em
medicina já nasceram no meio digital e
estão ansiosos para minimizar (ou até
eliminar totalmente) a papelada no con-
sultório médico através da digitalização
dos procedimentos médicos. Estimati-
vas recentes indicam que cerca de 70%
dos médicos à frente de pequenos con-
sultórios e clínicas utilizam ainda o pa-
pel em excesso no seu trabalho diário.
Claro que não é tão simples assim
acabar com todos os papéis!?!?
Mas é
grande a oportunidade para promover
uma extraordinária redução desses pa-
péis, sendo que com essa finalidade
foi oficializado, em agosto de 2016, a
Associação Brasileira de
Startups
de
Saúde (ABS Saúde), cujos integrantes
miram agora para a regulamentação de
serviços ligados à tecnologia para ex-
pandir as possibilidades de soluções
disruptivas para o setor.
Infelizmente, não é segmento fácil
de regulamentar, mas isso não quer
dizer que não se deve valer mais da
tecnologia, desde que isso possibilite
uma melhor qualidade de atendimento
dos que recebem a assistência médi-
ca, não é?
O BILIONÁRIO BRASILEIRO
JORGE PAULO LEMANN
COMEÇA A
APOSTAR NA
TECNOLOGIA!!!
SOFTWARE
Jorge Paulo Lemann
está diversificando
seus negócios.
FOTO ANDRE DUSEK
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