TURISMO
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
P
ois é, a mais recente onda de atenta-
dos terroristas nos países europeus
tem provocado uma significativa fuga
dos turistas, o que provocou um impacto da-
noso na economia deles e, em especial, nos
locais repletos de atrações. Por exemplo, no
monte Saint-Michel, onde está uma abadia
medieval que se tornou um dos principais
destinos turísticos da França, os negócios do
grupo Sodetour, uma rede de hotéis e res-
taurantes locais, caíram até 70% desde 13
de novembro de 2015, quando houve os ata-
ques terroristas em Paris com mais de uma
centena de mortes. Visitantes norte-ameri-
canos e japoneses, especialmente, cance-
laram as suas reservas para ir ao monte
Saint-Michel, apesar de o lugar ficar no litoral
da Normandia, no noroeste da França, bem
distante de Paris.
O executivo principal do grupo Sodetour,
Gilles Gohier, comentou: “Tivemos que dis-
pensar um terço dos meus 230 empregados
durante quatro meses e fechar temporaria-
mente alguns dos nossos hotéis e restauran-
tes. Quando voltarmos a contratar, os novos
funcionários já saberão que os seus empre-
gos são temporários.”
Quando parecia que alguns negócios do
setor de turismo iriam se reanimar, ocorreu
o massacre do Dia da Bastilha em 2016 na
cidade de Nice. Os cancelamentos chegaram
a 30% e aumentaram mais ainda depois do
assassinato de um padre perto de Rouen,
cidade próxima da Normandia. O ataque foi
cometido por militantes que declararam fide-
lidade à milícia radical Estado Islâmico (EI).
Tudo isso atingiu a economia europeia
em um de seus setores mais vitais, o tu-
rismo – que responde por 10% da atividade
econômica da União Europeia –, justamente
quando começava a se verificar uma tênue
recuperação.
A França, terceira maior economia da
Europa depois da Alemanha e do Reino
Unido, está lutando contra a estagnação
e o desemprego. É o país mais visitado
do velho continente, o qual atraiu mais de
84 milhões de turistas em 2015, e alguns
economistas previam que em 2016 haveria
um incremento do turismo, mas tudo indica
que haverá uma redução, pois em Paris, ao
terminar agosto de 2016, constatou-se uma
redução de 20% nos hotéis.
Muitos apartamentos para locação em
Paris, Nice, Lyon, Marselha etc. ficaram va-
zios nessa alta temporada que acabou em
agosto.
Na Bélgica, onde membros do EI ataca-
ram com bombas o aeroporto e o metrô de
Bruxelas em março de 2016, matando 32
pessoas, a sua economia sofreu, até o fim
de agosto de 2016, uma perda de US$ 1 bi-
ATENTADOS TERRORISTAS
NOS PAÍSES EUROPEUS
INTIMIDAMA CHEGADA
DE
TURISTAS
Uma vista do monte
Saint-Michel.