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J A N E I R O / F E V E R E I R O 2 0 1 7
Acredito ser uma grande tolice alguns acha-
rem que não se deve criar animais em cativeiro.
Por sinal, o ser humano já não caça nem co-
leta tanto quanto antes...
Ele cria gado, porcos, aves etc. Só no mar é
que se continua caçando e coletando...
Por isso cerca de 80% da população de peixes
que comemos está em acentuado declínio.
Portanto, é necessário criar protocolos para
a reprodução de peixes em cativeiro, como já
existem para a garoupa e o badejo.
O visitante, porém, não verá no AquaRio ma-
míferos marinhos.
É um absurdo colocar um cetáceo em ca-
tiveiro.
São animais com nível de inteligência maior,
extremamente sociáveis.
A exceção é o esqueleto gigante de uma ba-
leia jubarte, que encalhou e morreu na praia da
Macumba, zona oeste do Rio de Janeiro.
Essa baleia ficou enterrada quase um ano, foi
reconstituída e está em exposição no
lobby
do
aquário.”
O AquaRio está instalado em um dos extre-
mos da Orla Conde, uma área revitalizada do
porto do Rio de Janeiro, mais precisamente ocu-
pando um antigo frigorífico que foi erguido em
1914.
A visita começa numa estação de plânctons,
onde, com o auxílio de uma lupa eletrônica,
pode-se visualizar os seres microscópicos que
flutuam nos oceanos e são a base da cadeia ali-
mentar na vida marinha.
Seguem-se os
tanques temáticos
, um para
animais que se enterram, como os mirorós (espé-
cie de moreia), as estrelas do mar e os linguados.
Outro é destinado aos chamados peixes “pe-
rigosos”, como moreias, raias e peixe-leão, uma
espécie invasora que se espalhou pelo Caribe e
ameaça a biodiversidade da região.
Um terceiro tanque é dos invertebrados,
com lagostas e caranguejos gigantes.
Há ainda o recinto que tudo indica é o que
mais vai agradar a criançada, no qual se repro-
duz a região em que os oceanos Índico e Pacífico
se encontram, com seus corais coloridos.
É ali que vivem os peixes que inspiraram os
personagens da animação
Procurando Nemo
.
Especialmente as crianças, elas hoje reco-
nhecem além do peixinho-palhaço que deu
nome ao filme, Dory (espécie cirurgião-paleta)
e Gill (Moorish Idol).
Mais à frente fica um tanque cilíndrico de
cardume de xereletes, peixes que nunca param
de nadar. É possível entrar por um pequeno tú-
nel, enfiar a cabeça num domo de acrílico e ter
a sensação de que os peixes estão a poucos cen-
tímetros do rosto do visitante!!!
Sem dúvida, a grande vedete do aquário é o
tanque oceanográfico, com 3,5 milhões de litros
de água e 7 m de pé-direito.
Ele é atravessado por um túnel que, em al-
gumas partes tem 5 metros de coluna de água
sobre ele. Num tanque nadam bonitos, raias,
tubarões.
Nesse tanque acontecerão os mergulhos
com tubarões e raias (com cilindro e oxigênio
para mergulhadores e com
snorkel
para os ini-
ciantes).
Claro que é uma aventura para quem não
tem medo de tubarões...
Deve-se ressaltar que 90% das espécies vis-
tas no AquaRio são brasileiras, inclusive usadas
para o consumo, como sardinhas, bonitos, xere-
letes e tainhas.
Que bom que foi aberta mais essa atra-
ção no Rio de Janeiro, cada vez mais cativante
e recebendo muitos visitantes das cidades que
fazem parte do Grande Rio e aqueles bem mais
afastados da “Cidade Maravilhosa”.
Vamos conferir no final de 2017 quantos mi-
lhões de visitantes recebeu o AquaRio e se valeu
a pena fazer esse investimento, não é?