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10

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

Fotograma de

Heaven [Paraíso]

,

2016. Luiz

Roque.

Fotograma de

, 1976.

Cineasta Leon Hirszman.

ARTES VISUAIS

bambu e barro, que se conecta com o inte-

rior e o exterior do prédio, onde se dispõe

a realizar tratamentos de cura das articula-

ções e dos ossos dos visitantes!!!

3

ª)

Coletivismo

– Em uma seleção de

obras que ilumina em diversos momen-

tos uma íntima relação entre sociedade e

arte, procurou-se identificar e trazer à tona

experiências ou registros de

resistência

cultural

, nas quais há muitas que lidam

com a ideia de coletivismo, de trabalho co-

munitário e identidade cultural.

Esse é o caso, por exemplo, da trilogia

Cantos de Trabalho

, do cineasta Leon Hirsz-

man (1937-1987), registro de uma tradição

– o canto durante a colheita ou a constru-

ção como elemento de união entre os tra-

balhadores.

4

ª)

Militância

– A

Oficina de Imaginação

Política

, idealizada por Amilcar Packer,

é a faceta mais visível da parceria cada vez

mais íntima entre criação artística e vonta-

de de mudança política e social.

O objetivo do projeto foi o de abrir um

intenso espaço de discussão – e ação reu-

nindo interlocutores durante os três meses

de duração da Bienal.

Nesse contexto havia muitas obras que

lidam com questões com a violência do Es-

tado; a exploração de mão de obra; dramas

vividos na África do Sul do

apartheid

(se-

gregação) ou no golpe militar do Chile, a lis-

ta dos moradores em regiões atingidas por

rompimento das barragens ou a batalha

das populações indígenas por sobrevivên-

cia; as violências contra negros, mulheres

e homossexuais são trabalhos em que se

revelam ações de resistência, que vão além

de uma ilustração dos dramas humanos.

5

ª)

Ciência

– Enquanto a

ciência

nos apre-

senta certezas, a

arte

procura solapá-las

em honra de respostas menos dogmáticas.

Existe, no entanto, na intersecção des-

sas duas formas de entender, aprender e

mudar o mundo, um fértil campo de tra-

balho, explorado por artistas como Pierre

Huygne, Eduardo Navarro, Victor Grippo

(1936-2002).

No caso de Grippo, a mostra recriou a

sua instalação

Neutralizar o Homem, Hu-

manizar a Natureza, ou Energia Vegetal

.

Aliás essa obra tornou-se a platafor-

ma para se falar de transformação e co-

letividade!!!

6

ª)

Futuro

– O futuro, como esperança

ou desilusão, é um eixo de mobilização,

bastante presente na exposição, com di-

versas artistas explorando esse momento

inalcançável, que todos perseguimos como

possibilidade de cura dos nossos males

contemporâneos, mas sobretudo com re-

flexo, instrumento de crítica e identidade

para nossas utopias frustradas.

Ficções científicas que mesclam reali-

dade e imaginação como é o caso da obra

Heaven, de Luiz Roque, ou então o assus-

tador paralelo sobre os robôs, maltratados

em testes, e os humanos, proposta na ins-

talação do artista alemão Hito Steyerl.”