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tério da Cultura, mas que também tenha

o apoio do ministério da Indústria, do Co-

mércio Exterior e Serviços; assim como do

Sistema S e do BNDES (Banco Nacional do

Desenvolvimento Econômico e Social).”

Mais do que imaginação, graças à

criati-

vidade

estima-se que no final de 2017 a EC

vá contribuir com cerca de 3,5% do PIB bra-

sileiro, algo próximo de R$ 210 bilhões, um

montante bem relevante. É verdade que

todas as atividades econômicas inovam

de alguma maneira. Entretanto, são consi-

deradas indústrias criativas apenas as que

fazem da criatividade a sua matéria-prima,

que inclusive geram propriedade intelec-

tual para seus autores.

Dessa maneira, uma empresa de conta-

bilidade, por exemplo, até pode ser inova-

dora na hora de resolver seus problemas,

porém, o foco do seu trabalho não é esse.

Por outro lado, um escritório de arquitetu-

ra só existe porque oferece aos seus clien-

tes sua capacidade criativa.

Um bom exemplo de apoio à EC foi o do

governo do Estado de São Paulo, que cedeu

ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (Sebrae) o palácio dos

Campos Elíseos (que já foi sede do gover-

no estadual entre 1912 e 1965), para ser o

Centro Nacional Referência em Empreen-

dedorismo, Tecnologia e Economia Criativa.

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif

Domingos, declarou: “Nós não vamos ensi-

nar as pessoas a criar, pois, para isso, existem

outras instituições. O nosso papel será o de

operar como a linha de uma pipa, ajudando-

-as a aprimorar suas capacidades de gestão.

Desse modo, elas conseguirão transformar

suas ideias em inovações e contar com ne-

gócios próprios bem-sucedidos.”

Em seu artigo

Indústria criativa indica

caminhos para os setores mais tradicio-

nais

(publicado na

Folha de S.Paulo

em

25/8/2017), o sociólogo, mestre em co-

municações e criador de uma metodolo-

gia de análise de tendências Dario Caldas,

indicou os caminhos para os setores mais

tradicionais. Ele destacou: “A ‘EC’ tem vá-

rios pontos em comum com o ‘universo das

tendências’. Se não são novos, nos últimos

20 anos esses dois conceitos se difundiram

e ganharam muita legitimidade.

Ambos passaram a fazer sentido somen-

te quando a mudança acelerada na socie-

dade atingiu o patamar que conhecemos

atualmente. E agora, tanto as indústrias

criativas, quanto as tendências se definem

por uma relação fundamental com um ter-

ceiro elemento: a

inovação

como pedra de

toque não só do mercado como de toda a

sociedade.

Ao conceber e disseminar novos mode-

los de negócios e de geração de riquezas,

as indústrias criativas indicam novos cami-

nhos para os setores tradicionais da econo-

mia, muitos dos quais precisam mudar ra-

dicalmente para poderem competir dentro

da nova realidade global.

Uma clara evidência disso nos foi dada

pela indústria da moda. Assim, de um sis-

tema fechado, altamente hierarquizado e

centrado em instituições quase seculares, a

moda encontrou novos caminhos nos em-

preendedores individuais e nas pequenas e

médias empresas intensivas em criativida-

de, amparadas por uma infraestrutura di-

gital e orientadas para a inovação em suas

múltiplas formas.”

E o que de fato está se sentindo agora

na indústria da moda no Brasil é uma união

entre artesãos e estilistas, de olho no fu-

turo... De fato, por meio da

colaboração

,

tem-se ampliado no País as possibilidades

da EC na

produção da moda

. Trata-se de

uma cooperação entre grifes e associações

de artesãos; organismos governamentais e

cooperativas do agronegócio; comunida-

des e estilistas; empresas consolidadas e

start-ups

(empresas iniciantes).

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J U L H O / A G O S T O / S E T E M B R O 2 0 1 7

O ministro da

Cultura, Sergio de Sá

Leitão, pretendendo

estimular a EC.