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TV

N

o dia 27 de agosto de 2017, um do-

mingo, foi exibido pelo canal HBO o

último episódio da sétima tempora-

da da incrível série

Game of Thrones

(

GoT

),

uma das mais caras da história da televisão

(gastou-se cerca de US$ 20 milhões para

cada episódio), que deve ter sido assistida

por umas 35 milhões de pessoas no mundo

todo.

Em contrapartida, depois da exibição

desse último episódio, os fãs mais fanáti-

cos nos Estados Unidos da América (EUA)

puderam assistir a um dos programas de

produção mais barata da TV: o

Talk the Th-

rones

. Nele, especialistas nos temas ligados

aos últimos desdobramentos do “continen-

te de Westeros”, comentaram os últimos

descobrimentos da série da HBO.

Nele foram abordadas, por exemplo,

questões como:

»

»

O amor entre irmãos ser ou não ina-

balável.

»

»

O dragão-zumbi cuspir gelo ou fogo.

»

»

A eventual reunião entre inimigos

para o combate a um opositor co-

mum.

»

»

A ascensão de um bastardo ao trono.

»

»

Quando precisam, os personagens

participam rapidamente de marato-

nas?

Entre vários outros...

E não é que esse programa foi assistido

por centenas de milhares de pessoas!?!? O

fato é que, apesar da natural desigualdade

em termos de valor de entretenimento – um

tem dragões fazendo peripécias e o outro

traz pessoas falando sobre esses animais fic-

tícios –, surgiu outra notável diferença, o

GoT

só pôde ser assistido por assinantes de TV a

cabo, enquanto o

Talk the Thrones

foi produ-

zido pelo

site

The Ringer, patrocinado pela gi-

gante de telecomunicações Verizon, e trans-

mitido

gratuitamente

pelo Twitter!!!

E aí temos uma pista aterrorizante para

os canais de TV sobre o futuro dessas emis-

soras!!! Está em

gestação

uma nova gera-

A PRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE TV

PELO FACEBOOK, PELO TWITTER E

PELA APPLE PARA

SMARTPHONES!!!

ção de programas de TV, produzidos especificamente para

smart-

phones

,

tablets

e outras telas conectadas à Internet!!! São séries

novas, cujos custos de produção devem ser de

algumas dezenas

de milhares de dólares

, ou seja, bem abaixo dos gastos até então

empreendidos pela própria HBO e por outros canais de TV.

E, naturalmente, num futuro próximo, os aplicativos para ce-

lular poderão pensar em exibir programas mais sofisticados, uma

vez que já é possível perceber produções mais caras no forno!!! De

fato, há indícios reais de que a Apple deseja investir em programas

de TV, tendo inclusive reservado US$ 1 bilhão para essa finalidade.

Neste sentido, a empresa já contratou dois importantes executivos

da Sony Entertainment Television para desenvolver esse trabalho.

Seguindo no mesmo caminho, o Facebook também já divulgou

que está disposto a gastar até US$ 100 mil por minuto na produ-

ção de novas séries de TV. Por seu turno, o YouTube (da Google) já

tem gasto somas significativas para ter programas estrelados por

celebridades nas redes sociais.

O problema a ser solucionado agora diz respeito à mudança de

hábito por parte dos usuários de

smartphones

. Isso porque, em-

bora esses indivíduos passem muito tempo olhando para a tela de

seus celulares, ainda não existe por parte dessas pessoas o costu-

me de utilizar esses equipamentos para assistir vídeos!!!

De acordo com uma pesquisa de mercado feita pela Nielsen, os

adultos norte-americanos consomem 47 min de vídeo por sema-

na, enquanto entre os jovens – de 18 a 24 anos – esse consumo

chega a 83 min. E no Brasil esses dados se assemelham aos verifi-

cados nos EUA. Dessa maneira, o Facebook, o Snapchat, o Twitter

etc., estão procurando meios de fazer com que os usuários passem

mais tempo em suas plataformas, e tudo indica que um jeito po-

tencialmente eficaz de se conseguir essa façanha seja com o uso

de programas de TV.

Pois é, o

smartphone

já se transformou em muita coisa, até

mesmo em “máquina fotográfica”, e parece que agora está no ca-

minho de atrair cada vez mais espectadores da TV tradicional, o

que certamente deixará esse meio de comunicação mais e mais

vulnerável.

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