EDITORIAL
N
o final de 2017, Christian de Cas-
tro Oliveira foi designado para
dirigir a Agência Nacional de Ci-
nema (Ancine). Formado em engenharia
aeronáutica pelo Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA), e graduado em
engenharia de produção pela Unip, ele
tem ainda pós-graduação em Film & TV
Business e mestrado em Gestão do Co-
nhecimento pela Coppe na Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Numa de suas primeiras entrevistas
ele destacou: “O Brasil tem tudo para
que num prazo de aproximadamente
10 anos
se torne um dos cinco maiores
mercados de
audiovisual
do mundo.
Nesses meus quatro anos de contrato à
frente da Ancine pretendo fazer todo o
possível para que esse prazo se reduza
ao máximo, pois isso permitirá que mui-
ta gente tenha empregos num importan-
tíssimo setor da
economia criativa (EC)
:
o
audiovisual
.
Entretanto, para que isso aconteça
tenho muitos obstáculos para sobrepu-
jar, dentre os quais a
burocracia
. Hoje a
aprovação de um projeto, desde a apre-
sentação até saída do recurso, leva tem-
po demais, cerca de dois anos emmédia.
Isso não nos permite ter
previsibilidade
,
o que, por sua vez, afasta os investidores
e impede que projetos relacionados a
cinema, TV e audiovisual sigam adiante.
Por outro lado, quando se trabalha
com previsibilidade, o processo todo é
encurtado, os custos diminuem e os in-
vestimentos aparecem, pois
são percebi-
dos bons negócios no setor
!!! A Ancine,
como uma agência reguladora, fiscaliza,
cuida do fomento e acompanha os be-
nefícios advindos da Lei do Audiovisual.
Essa regulação é bastante intrincada e
de fato precisa ser desburocratizada.”
Numa entrevista para Marília Neus-
tein e Gabriel Manzano, publicada no
jornal
O Estado de S.Paulo
em 12 de mar-
ço de 2018, Christian de Castro Oliveira
explicou: “Acredito que ninguém faz ci-
nema obrigado. Quem faz cinema é por-
que curte. Quem trabalha na Ancine está
aqui porque escolheu ser um servidor
público. Dessa forma, meus colaborado-
res na agência escolheram duas vezes,
porque inicialmente gostam de cinema
e, além disso, querem também servir ao
Estado e à sociedade. Assim, posso dizer
A ANCINE
BUSCA
TER MAIS
PREVISIBILIDADE
PARA ATRAIR
INVESTIDORES
C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
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Por Victor Mirshawka,
professor, egenheiro
e gestor educacional.