que o pessoal que está na Ancine é bem
preparado, tanto no audiovisual quanto na
produção de conteúdo, o que motiva bas-
tante para se montar um plano audacioso,
pois a equipe que vai me ajudar a cumpri-
-lo está habilitada para essa tarefa. Além
disso, é vital o papel da Ancine no sentido
de tornar eficiente a participação do Esta-
do como
investidor na cultura
, até porque
isso é uma realidade mundial.
No planeta inteiro, os governos de di-
ferentes países investem, uns mais outros
menos, em obras
audiovisuais, cinema, TV
e exportam cultura
. Nos países europeus,
os programas de fomento às industrias cria-
tivas e culturais existem há décadas. Até
nos Estados Unidos da América (EUA), uma
sociedade bem liberal, existem estruturas
de incentivo fiscal municipais e estaduais.
Um exemplo concreto pode ser o da
bem-sucedida série na TV
Breaking Bad
que seria originalmente filmada no Estado
da Califórnia. Mas aí o Estado do Novo Mé-
xico se organizou, ofereceu um incentivo
fiscal e a cidade de Santa Fé investiu alto –
cerca de 25% do orçamento – e a produção
acabou sendo transferida para lá!!! É óbvio
que isso deu mais visibilidade para a região,
o que certamente incrementou também a
visitabilidade a ela.
Vivemos numa época que a junção do
entretenimento, da tecnologia e do inves-
timento acaba levando a resultados finan-
ceiros incríveis!!! Um excelente exemplo
disso é a Netflix, que começou como uma
empresa de logística, entrou na tecnolo-
gia e enveredou para o entretenimento.
Quando abraçou o conteúdo e a produção
de propriedade intelectual, ela multiplicou
seu valor de forma expressiva.”
Que bom que temos agora à frente da
Ancine alguém que de fato acredita que é
um bom negócio investir na EC, e mais es-
pecificamente no setor audiovisual, não é?
É com pessoas como Christian de Castro
Oliveira que se comprovará e se consolida-
rá cada vez mais a ideia de que é na EC que
se tem a fonte de novos empregos, numa
época em que estes vêm sumindo. Afinal,
em muitos casos as pessoas têm sido subs-
tituídas por robôs dotados de inteligência
artificial ou até por aplicativos sofisticados
capazes de realizar as mesmas tarefas.
Claro que isso não quer dizer que até
mesmo algumas antigas profissões não
podem se valorizar quando devidamente
apoiadas pela tecnologia. Esse é o caso, por
exemplo, do alfaiate, que na produção de
seus ternos poderá contar com programas
de computador capazes de mostrar aos seus
clientes o caimento das roupas antesmesmo
de elas serem costuradas; ou do açougueiro,
que, além de cortar a carne também será
capaz de explicar ao cliente a melhor forma
de prepará-la; ou do barbeiro, que permitirá
aos clientes visualizarem a si mesmos antes
dos procedimentos de corte de cabelo ou de
aparo de barba/bigode.
Naturalmente, hoje todos os envolvidos
com o cinema, com a TV e com o audiovi-
sual, em particular os roteiristas e os produ-
tores, valem-se das vantagens que lhe são
oferecidas pela tecnologia para executarem
de maneira mais adequada seus trabalhos e,
assim, garantirem seus empregos!!!
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J A N E I R O / F E V E R E I R O / M A R Ç O 2 0 1 8
Christian de Castro
Oliveira, o novo
diretor da Ancine.