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receita, € 701 milhões. A lista com os dez

maiores campeonatos da Europa inclui ain-

da Holanda, Portugal e Escócia, pela ordem

de valores arrecadados.

Voltando ao futebol inglês, um capítulo

à parte tem sido o capital movimentado pe-

las três primeiras divisões do futebol nesse

país, que conta com um total de 92 clubes.

Vale ressaltar que, pela primeira vez em

muitos anos, nenhum time da

Premier Lea-

gue

registrou qualquer tipo de insolvência.

É importante lembrar que há apenas uma

década, 60% dos clubes da

Premier League

tinham perdas financeiras. Hoje, todos têm

lucros. De fato, juntos, eles pagarammais de

€ 2 bilhões em impostos

.

Apenas em transmissão de TV, a renda

aumentou em 25% em um ano, com seus

jogos sendo vendidos por até € 150 milhões.

Até a segunda divisão inglesa gerou uma re-

ceita maior que os principais campeonatos

na Holanda ou em Portugal. Aliás, registrou-

-se ali uma expansão de 30% em compara-

ção a 2015.

Também é interessante destacar que,

pela primeira vez nos últimos dez anos, a

receita dos times aumentou de forma mais

rápida que os salários dos jogadores – e os

salários dos principais clubes são altos, pois

alguns deles valem centenas de milhões de

euros. Um bom exemplo foi o jogo final da

Liga dos Campeões, ocorrido em 26 de maio

de 2018, em Kiev, capital da Ucrânia, entre

o Liverpool e o Real Madri. Juntos em cam-

po, os elencos das duas equipes valiam algo

próximo de R$ 6,3 bilhões. Segundo a em-

presa Transfer Markt, protagonistas como o

egípcio Mohamed Salah (do Liverpool) e o

português Cristiano Ronaldo (do Real Madri)

valem, respectivamente, R$ 339 milhões e

R$ 508 milhões. Já os elencos completos de

cada time são avaliados em R$ 2,3 bilhões

(Liverpool) e R$ 4 bilhões (Real Madri). Foi

um grande dia em Kiev, em que milhares de

torcedores de ambas as equipes tomaram

todos os espaços do estádio olímpico local

para assistir à vitória do Real Madri – que,

aliás, conquistou seu 13º título nessa com-

petição...

O Brasil é o País que mais vezes se sagrou

campeão de futebol, ou seja, ele é penta-

campeão mundial. Talvez essa seja a razão

para tantos jogadores brasileiros atuarem

nos principais clubes europeus – na final en-

tre Liverpool e Real Madri estiveram presen-

tes três brasileiros.

Todavia, nem mesmo o nosso principal campeonato nacional se

compara em pujança financeira àqueles dos principais países euro-

peus. Tampouco temos um projeto como o alemão para nos manter

hegemônicos nesse esporte. O plano alemão nasceu no inicio do

século XX e tem evoluído de forma marcante até agora. O

slogan

da

seleção, que foi levado para a Copa da Rússia, deixou claro a dimen-

são de sua ambição: “

Die Besten ruhen sich nie aus”,

ou seja: “Os

melhores nunca descansam.”

E para se atingir esse objetivo, mais de € 1 bilhão já foram in-

vestidos. Enquanto isso o treinador Joachim Low, que começou a

trabalhar com a seleção em 2008, sagrou-se campeão no Brasil em

2014 e tem contrato até 2020, acredita ter levado para a Copa de

2018 um bom grupo, capaz de conquistar o pentacampeonato para

o seu país!?!?

Em junho de 2018 a federação alemã de futebol (DFB, na sigla

em alemão), divulgou seu projeto que deverá ser, por muito tempo,

o ápice da tecnologia e da ciência aplicados ao futebol. Trata-se da

Academia DFB, a nova sede e o novo centro de treinamento e estu-

dos da federação, que contará com alguns campos, academia, pis-

ta, laboratórios e salas de aula (cerca de 40)!!! Esse novo complexo

tecnológico e esportivo será construído em Frankfurt e terá mais de

54.000 m

2

. Nele serão investidos € 110 milhões, e a estrutura terá o

patrocínio de uma empresa de

software

.

Com o auxílio de tecnologia digital serão feitos no local os mais

variados estudos para tornar o desempenho dos atletas, em es-

pecial os que representam a Alemanha, o

mais eficaz possível

. O

objetivo na Academia DFB se concentra em

três princípios

básicos:

renovar-se constantemente

;

focar-se totalmente na técnica

e

evi-

tar radicalmente a dependência da equipe em uma única estrela

(ou mesmo em duas ou três delas) para a obtenção de resultados

positivos!!!

E jáqueofutebol émesmoumexcelentenegócio, nãodeveríamos

nos inspirar no exemplo alemão?

Sem dúvida!!!

Em dados prelimi-

nares divulgados pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) em

14 de junho de 2018, antes mesmo do início da competição já ha-

viam sido vendidos 2,5 milhões de ingressos para a Copa da Rússia,

sendo que os russos foram os maiores compradores – 890 mil –,

seguidos pelos norte-americanos (92 mil, cuja seleção nem se clas-

sificou...) e pelos brasileiros (74 mil (apesar da crise econômica no

País...). Como se nota, o forte apelo desse esporte já é uma garantia

de que os estádios estarão cheiros durante os jogos!!!

Mohamed Salah do Liverpool (à esquerda) tenta passar por Aymeric Laporte do

Manchester City.