projetar tendências!?!?” Mesmo assim, a
maioria dos grandes varejistas utiliza as pu-
blicações sobre elas. Aliás, alguns estilistas
afirmam que essas publicações funcionam
como uma espécie de seguro, pois, como
são utilizadas e seguidas por praticamente
todos do ramo, ninguém corre muito risco
de errar a mão!?!?
Entretanto, agora o negócio das agên-
cias que divulgam essas tendências está
bastante ameaçado pela análise de gran-
des conjuntos de dados (
big data
), que se
utilizam de poderosos algoritmos. A cadeia
de suprimentos da moda vem se tornando
cada vez mais digital e flexível. Por exem-
plo, para a Inditex (controladora da Zara)
e a H&M, o tempo entre a criação de uma
peça e sua transformação em produto final,
pronto para ser confeccionado em grande
volume,
não pode ultrapassar duas sema-
nas
!!!
Neste sentido, para poder atender bem
a esses e a outros varejistas, as próprias
agências de tendências estão recorrendo
a dados coletados junto aos sistemas de
tecnologia da informação (TI) das próprias
varejistas e então acrescentando ao seu
portfólio de serviços algumas previsões de
curto prazo. Ainda em 2013, a WGSN lan-
çou o seu aplicativo INstock, um serviço de
análise de megadados do varejo, que utili-
za informações sobre vendas passadas para
projetar os sucessos futuros. Por seu turno,
sua grande concorrente, a EDITED, come-
çou a oferecer as “métricas sólidas” sobre
o mercado da moda, afirmando empregar
o “aprendizado de máquina”, uma técnica
de IA, para prever tendências de vendas de
curto prazo.
É bem verdade que esse casamento da
IA com a moda ainda está engatinhando,
uma vez que os melhores modelos predi-
tivos das agências acabaram errando em
suas previsões em quase 50%!?!? Mas a
eficácia das agências de tendências certa-
mente irá melhorar, até porque, poderosas
empresas de tecnologia estão se interes-
sando pelo mercado. Esse é o caso do Goo-
gle, que criou o
Trendspotting
, um serviço
que divulga regularmente um “
relatório de
tendências da moda
”, baseado no vasto ar-
senal de dados produzido por seu mecanis-
mo de buscas.
Entre os resultados expressivos dos que
se utilizaram desse relatório está o investi-
mento maciço e bem-sucedido em
jeans
de
cintura alta e corte reto em 2016. Ainda não
há como saber se a IA realmente substitui-
rá os métodos mais intuitivos das agências
de tendências. Algumas pessoas temem
que o uso da IA acabe por deixar a
moda
sem graça
!!! Os especialistas em moda
mais conservadores acham que a engenho-
sidade dos estilistas mais criativos acabará
sobrepujando a eficácia e a análise racional
dos algoritmos. E se isso prevalecer, então
as Mirandas Priestlys da vida continuarão a
determinar o que está e o que não está de
fato na moda!!!
A IA está sendo usada cada vez mais nas chamadas lojas de moda
inteligentes.
“É bem verdade que esse casamento
da IA com a moda ainda está
engatinhando, uma vez que os
melhores modelos preditivos das
agências acabaram errando em suas
previsões emquase 50%!?!?”
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