TENDÊNCIAS DAMODA
INDICADAS COMO AUXÍLIO DA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)
MODA
N
o famoso filme
O Diabo Veste Pra-
da
, a personagem Miranda Priestly
– que teve como inspiração uma te-
mida editora da renomada revista
Vogue
–
repreende sua nova assistente por ela não
entender o que é a
moda
!?!? E na ocasião
a chefe explicou: “
Moda
é tudo que um
seleto grupo de estilistas e críticos decide
que
será moda!?!?”
O que ela não conta
para a subordinada é que essas decisões
são, com frequência, influenciadas por um
outro grupo seleto: o de profissionais que
elaboram projeções sobre a moda, ante-
cipando quais serão as tendências para as
próximas estações.
Só que esses oráculos do estilo estão
agora ameaçados, e correm o risco de se-
rem ultrapassados pela
inteligência ar-
tificial
(IA). O fato é que a formulação de
previsões sobre moda foi sempre uma
atividade bem peculiar. Ela ganhou forma
especialmente na década de 1960, quan-
do surgiram agências que se especializa-
ram em publicações sobre “
tendências na
moda
”, coleções de tecidos e novas ideias
de
design
.
A partir daí, ao produzir suas peças, os
varejistas da moda passaram a utilizar es-
sas publicações como fonte de inspiração.
A maior dessas agências é a WGSN, que
possui 50% desse mercado. Seus analistas
vasculham passarelas, bares e casas notur-
nas em busca do próximo grande sucesso
(“
hit
”). As informações coletadas são então
combinadas a outros dados, que englobam
desde indicadores econômicos até percep-
ções sobre o clima político do momento
– todavia, ainda são poucas as evidências
que comprovem que barras da saia subam
conforme as altas de mercado, ou que a
venda de batons esteja associada a reces-
sões!?!?
Marc North, um dos fundadores da
WGSN (e que vendeu essa agência para
abrir um serviço concorrente), afirmou:
“Ninguém de fato consegue prever ou
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