Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2 / 42 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2 / 42 Next Page
Page Background

EDITORIAL

D

e acordo com a PNAD (Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicí-

lio), em dezembro de 2017 havia

no País 92,1 milhões de trabalhadores,

dos quais 33,3 milhões (36%) possuíam

carteira assinada. Todavia, 27,6 milhões

desse total pertenciam ao grupo em-

preendedor, ou seja, profissionais libe-

rais, autônomos e empregadores dos

mais variados tamanhos.

Como se pode perceber, os números

são bem parecidos: há quase tanta gen-

te empreendendo (se virando, “correndo

atrás”) – os mini, micro, pequenos, médios

e grandes empresários – quanto trabalhan-

do como assalariados em outras empresas.

E vale lembrar que muitas dessas pessoas

são aspirantes a se tornar empresários (ou

chefes de si mesmos). Elas buscam o pro-

gresso pessoal e tentam ser donas do pró-

prio negócio e do próprio tempo.

Lamentavelmente ainda temos no Bra-

sil uma antiga aspiração que fora trazida

para o País ainda no início do século XIX

por dom João VI, rei de Portugal: o

empre-

go público

!!! Acontece que nos últimos

tempos, esse ideal tem sido intensamente

explorado pelos diversos níveis de gover-

nos. De posse dessa ferramenta política,

eles promoveram uma verdadeira farra

nos concursos públicos, com graves impli-

cações para as contas da Nação.

Ainda de acordo com o PNAD, em de-

zembro de 2017, havia no Brasil 11,5 mi-

lhões de servidores públicos (que número,

não é?), uma quantidade bem parecida

com a de trabalhadores “sem carteira”

assinada (11,1 milhões) ou de desempre-

gados (12,3 milhões). São três vértices de

uma sociedade funcionalmente desigual:

um contingente excessivamente formal –

de funcionários públicos, com suas vanta-

gens próprias; um contingente informal;

e outro formado pelos excluídos (seja por

opção, ou não).

Dentro do grupo formado por cerca de

30 milhões de declarantes de imposto de

renda, algo como 8 milhões de empreen-

dedores respondem por cerca de 32% de

toda a renda declarada. Levando-se em

conta os números apresentados, fica com-

provada não apenas a importância dos

empreendedores para a geração de ren-

da, mas também que é aí que irão surgir

novos empregos.

A época em que vivemos – e não só no

País, mas em todo o mundo – se caracte-

riza pela

volatilidade

,

incerteza

,

comple-

xidade

e

ambiguidade

. Atualmente, para

garantir um emprego ou conseguir abrir

um negócio, as pessoas precisam de um

novo conjunto de competências. Este, por

sua vez, inclui não apenas uma visão sis-

têmica, mas a capacidade de se fazer uma

leitura crítica das transformações que vem

ocorrendo no ambiente externo.

E hoje esse ambiente externo é bas-

tante claro: vivemos numa época em que

é trabalhar ou empreender em um dos

vários setores da

economia criativa (EC)

– em algum dos 18 setores que estão des-

critos nos textos desta revista!!! Vivemos

numa época em que muitos empregos

podem começar a desaparecer, inclusive

de profissões liberais, como médicos. Em

um futuro não muito distante, nosso (a)

leitor(a) poderá ser atendido (a) por um

médico-androide, tal qual acontece no fil-

me

Star Wars

, ou ter seu tratamento deci-

dido por um algoritmo em nuvem.

C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

2

Por Victor Mirshawka,

professor, egenheiro

e gestor educacional.

É NOS SETORES DA

ECONOMIA CRIATIVA (EC)

QUE SE TERÁ CAMPO

PARA TRABALHAR E

EMPREENDER