Table of Contents Table of Contents
Previous Page  13 / 42 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 13 / 42 Next Page
Page Background

Desenho com

autorretrato

para publicação

em

Jornal

no Brasil

,

(04/11/2001).

Acervo Millôr

Fernandes / IMS

13

J U L H O / A G O S T O / S E T E M B R O 2 0 1 8

nas uma breve passagempelo Liceu de Artes

e Ofícios. Trabalhando na revista

O Cruzeiro

como contínuo, aos 14 anos ele aproveitou

a convivência com os jornalistas e acabou

se tornando uma referência nesse meio.

Então, nos cerca de 18 anos em que escre-

veu a coluna

Pif-Paf

, foi ganhando cada vez

mais autonomia e passou a publicá-la sem

censura até 1963, sob o pseudônimo Vão

Gogo (numa clara alusão ao gênio holandês

da pintura Vincent Van Gogh).

Entre as peças preciosas exibidas nessa

mostra está a reprodução de um pedido de

desculpas dos editores de

O Cruzeiro

a lei-

tores furiosos com uma sátira de 12 pági-

nas da história bíblica da criação do mundo

feita por Millôr em 1963. Indignado, bem

na véspera do golpe militar ele transfor-

mou o

Pif-Paf

numa revista independente.

Porém, esse novo empreendimento infeliz-

mente teria vida curta... A partir daí Millôr

se tornaria um dos humoristas mais cen-

surados durante a ditadura – e na mostra

há vários exemplos de ilustrações proibidas

de circular pelo regime vigente, riscadas na

época com um enorme “X” pelos censores.

Vale ressaltar que todo esse material

exposto pelo IMS só está disponível hoje

porque o próprio Millôr, antes de morrer

– vítima das consequências de um aciden-

te vascular cerebral – deixou como legado

94 volumes reunindo todo o material que

ele havia publicado no jornal

O Estado de

S.Paulo

e nas revistas

O Cruzeiro

e

Veja

.

E para os amantes das artes visuais que

forem até o IMS para curtir a exposição

Millôr: Obra Gráfica

, uma ótima pedida é

caminhar cerca de 1 km e extasiar-se com

outra exposição deslumbrante, dessa vez

de um dos grandes artistas do Renascimen-

to: Rafael Sanzio. Em 19 de setembro de

2018 foi inaugurada no Centro Cultural da

Fiesp a mostra

Rafael e a Definição da Be-

leza – Da Divina Proporção à Graça,

cujas

imagens nunca antes estiveram no País.

Aliás, é bem fácil comprovar que São

Paulo é mesmo uma

cidade criativa

, uma

vez que aqui há sempre inúmeras ativi-

dades relacionadas a todos os setores da

economia criativa (EC)

acontecendo simul-

taneamente – e, em particular, no que se

refere às artes visuais. Em 7 de setembro

de 2018, por exemplo, foi aberta no Pavi-

lhão da Bienal a 33ª Bienal de São Paulo,

onde estão expostas cerca de 600 obras de

arte vindas de diversas partes do mundo.

Essa edição deve atrair mais visitantes que

as anteriores, pois segundo as palavras do

seu curador, o espanhol Gabriel Pérez-Bar-

reiro: “A minha proposta foi a de aproximar

a arte e o público, trazendo uma mostra

menos centrada em discursos e mais preo-

cupada com a experiência que o visitante

teria ao observar o que está exposto!!!”

Capa de

Millôr: obra

gráfica

, duas vezes

finalista