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J U L H O / A G O S T O / S E T E M B R O 2 0 1 8
conectadas e depois separadas, trabalhan-
do e contribuindo para a realização de um
trabalho em equipe!!!
Em relação a isso Antônio Fagundes
comentou: “Não tem nada de inacreditá-
vel no que estamos fazendo nessa peça.
Tudo tem a ver com a incapacidade de as
pessoas
viverem em harmonia
depois que
cada uma delas manteve uma discussão
democrática e racional que as levou a um
afastamento em certas relações pessoais.”
De qualquer modo, o que o público que
foi assistir
Baixa Terapia
não deixou de
fazer foi aplaudir com entusiasmo Antônio
Fagundes quando, ao final de cada apre-
sentação, ele faz um desabafo!!!
Em cada uma dessas oportunidades
ele enfatizou: “Essa peça foi montada sem
parceria com ninguém, nem com o Esta-
do, tampouco com o patrocínio de qual-
quer empresa. Mas eu não me alinho com
aqueles detratores das leis de incentivo à
cultura que afirmam que os artistas que se
beneficiam delas são ‘
vagabundos’
.
Essa denominação vem dos
haters
(“odiadores”) que são aqueles que não
sabem de nada e criticam tudo. Se tem
uma classe bem traba-
lhadora em nosso
País, essa classe é
a
artística
. As pes-
soas que fazem
parte dela são os
eternos desempre-
gados e tem que tra-
balhar muito para po-
derem sobreviver. Chamar
alguém que trabalha com
artes cênicas de vagabundo é
um total desconhecimento, é
coisa de ignorante.
Certamente esse ressentimento
decorre de informações mal assi-
miladas. Quando alguém ouve falar
que alguns milhões foram liberados
para serem empregados para fazer uma
peça, acha que esse grupo de pessoas está
roubando aquele dinheiro. Mas isso não é
verdade!!! Para mim, a verdade tem três
facetas. Uma é aquela dita por alguém que
acha que sabe o que aconteceu; outra é
dita como a opinião de alguém sobre o que
aconteceu; e a terceira é a explicação sobre
o que de fato aconteceu. Acho, sim, que o
Estado tem a obrigação de cuidar da cultu-
ra. O que penso também é que uma lei de
incentivo como a Rouanet pode não ser a
melhor forma para se fazer isso.
Talvez se a gente não deixasse os teatros
das periferias sucateados, equipasse boas
salas e oferecesse aluguel barato, facilitan-
do a divulgação em massa dos espetáculos,
certamente a gente não precisaria passar
por tantos apuros, gastando o próprio di-
nheiro. E é claro, o resultado poderia ser
melhor para todos, inclusive os ingressos
poderiam custar menos!!!”
“Não temnada de inacreditável no que estamos fazendo nessa peça.
Tudo tem a ver com a incapacidade de as pessoas
viverem emharmonia
depois que cada uma delas manteve uma discussão democrática e
racional que as levou a um afastamento em certas relações pessoais.”