ARTES VISUAIS
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
E
m 18 de setembro de 2018 aconteceu a abertura da exposi-
ção
Millôr: Obra Gráfica
, de Millôr Fernandes (1923-2012),
pelo Instituto Moreira Salles (IMS). Já não era sem tempo! A
mostra conta com cerca de 500 dos mais de 6 mil originais dos
desenhos desse importante humorista, dramaturgo e tradutor
carioca, todos sob a guarda da entidade desde 2013.
A mostra, que teve como curadores Cássio Loredano, Julia
Kovensky e Paulo Roberto Pires, destacou os principais temas
abordados por Millôr ao longo de 70 anos de sua produção,
tendo como marco zero sua coluna
Pif-Paf
, publicada entre
anos 1945 e 1963 na revista
O Cruzeiro
.
Os curadores organizaram a exposição levando em conta os
temas recorrentes da obra do autor, dividindo-a em cinco mí-
dias. A ideia foi destacar o processo embrionário do humorista,
que começou sua carreira escrevendo os textos ilustrados por
Péricles, também na coluna
Pif-Paf
, e expondo sua opinião críti-
ca, sua visão do Brasil, com todas as suas contradições. Aliás, o
humor gráfico de Millôr caracterizou-se pela sua visão bastante
aguda da política brasileira.
Ele trabalhou nos principais veículos da grande imprensa, ou
seja, no
Jornal do Brasil
, na revista
Veja
, e participou ativamen-
te do mais popular tabloide de sua época (período da ditadura
militar),
O Pasquim
. Todavia, a ambição intelectual de Millôr
não se restringiu às artes visuais, pois ele foi também um tra-
dutor de autores consagrados, como Shakespeare e Fassbinder.
Mas não se deve esquecer que ele precisou lutar contra várias
adversidades, tendo uma “infância complicada” no subúrbio
carioca do Méier. Basicamente ele foi um autodidata, com ape-
A INCRÍVEL
EXPOSIÇÃO
SOBRE A
OBRA DE
MILLÔR!!!