MÚSICA
E
ntre os dias 1
º
e 3 de maio de 2015,
na fazenda Maeda, em Itu, aconteceu
o primeiro
Tomorrowland
realizado no
Brasil.
Michiel Beers e o seu irmão Manu resol-
veram criar um festival que juntasse as bati-
das eletrônicas com a ideia de se estar num
conto de fadas, ou seja, num
mundo mági-
co
. Assim nasceu o festival
Tomorrowland
,
em 2005, na cidade de Boom, na Bélgica.
Ele tornou-se um grande sucesso e, em
2013, o festival passou a ser realizado em
Chattahoochee Hill, no Estado da Geórgia,
nos Estados Unidos da América (EUA).
Numa entrevista para Pedro Antunes,
publicada no jornal
O Estado de S. Paulo
(4/3/2015), Michiel Beers explicou: “O
festival ficou muito grande, mas não podía-
mos passar do limite de 70 mil pessoas por
dia. Desapontamos um número de pessoas
bem maior do que aquelas que conseguiam
comprar os ingressos! A opção que encon-
tramos foi expandir.
Quase diariamente recebíamos convites
de produtores que queriam levar o
Tomor-
rowland
para os seus países. Ao analisar-
mos os dados das nossas redes sociais,
constatamos que o Brasil é o País de onde
vem a
maior parte
dos fãs. Foi, portanto,
uma escolha óbvia!
EM TRÊS HORAS,
TOMORROWLAND
VENDE
180MIL INGRESSOS
NO BRASIL!!!
Vamos montar um
camping
na fazenda
Maeda, onde era a arena dos outros even-
tos [que ocorreram lá] e conseguimos per-
missão para moldar um vale para que ele se
tornasse um anfiteatro perfeito. Estamos fa-
zendo um trabalho enorme e não será ape-
nas para uma edição. Queremos ficar aqui
pelo menos nos próximos 15 anos. Não
vamos conseguir tudo o que queríamos em
um ano, mas vamos continuar aperfeiçoan-
do tudo no ano seguinte. O nosso sonho é
que as pessoas não precisem ir à Bélgica
para sentir que estão no
Tomorrowland
.”
Pode parecer surreal, pois o Brasil está
vivendo um clima de incertezas no campo
econômico, mas isso não parece afetar o
Tomorrowland
, que alguns meses antes de
sua realização, em
três horas apenas
, ven-
deu
todos os 180 mil ingressos
. Dá para
perceber que festivais de música é um bom
negócio, não é?
“O festival ficoumuito grande, mas não
podíamos passar do limite de
70mil pessoas
por dia. Desapontamos umnúmero de pessoas
bemmaior do que aquelas que conseguiam
comprar os ingressos!”
Um aspecto do festival
Tomorrowland.
C
aros leitores, desta vez vou mirar as
baterias para o cotidiano empresa-
rial, com especial atenção aos erros
e equívocos, que de tão comuns e recorren-
tes, trazem o risco de não provocar a indig-
nação e o incômodo necessários aos em-
preendedores iniciantes, que pouco a pouco
e corajosamente, vão transformando a cara
do nosso universo empresarial.
Tratam-se de situações muito comuns,
mas uma vez que sua ocorrência é tolerada
e digerida, podem afetar o desempenho e o
futuro de iniciativas fantásticas e inovado-
ras, mas assassinadas no berço pela falta
de cuidado e atenção.
Vamos lá:
á
Ato de autossabotagem 1
- Um
ambiente
com c
omunicação inacessível
ou
ineficaz.
Jamais permita que o toque do telefone ocor-
ra por mais de três vezes
sem atendimento. Do outro
lado da linha pode estar
um potencial cliente irrita-
do, que depois de escutar o
toque por quatro vezes, po-
derá concluir que foi melhor
não ter sido atendido.
á
Ato de autossabotagem
2
- O estabelecimento de
metas impossíveis
. Pode
acreditar, eu, você, a sua e
a minha equipe possuem
limitações. Para evitar que
as metas e objetivos traça-
dos não se transformem em
peça de folclore, por conta
do mais absoluto descrédito, estabeleça
apenas aquilo que de fato possa ser rea-
lizado. Depois disso cobre com rigor.
á
Ato de autossabotagem 3
-
A con-
tratação de analfabetos funcionais
.
Sim eles existem. O analfabetismo fun-
cional pode ser identificado quando pro-
fissionais formados em boas escolas e
eventualmente dotados de alguma ex-
periência, apresentam desconhecimen-
tos impensáveis para as suas áreas de
atuação. Algo como, um gestor financeiro
não dominar as práticas da matemática
financeira, desconhecer princípios contá-
beis ou ferramentas e modelos de gestão
financeira. Fuja disto.
á
Ato de autossabotagem 4
- A insti-
tucionalização da
desorganização
. Não
há nenhum problema em se criar um
ambiente de trabalho informal, arejado
e livre dos rigores corporativos tradicio-
nais. Muito pelo contrário, estes ambien-
tes podem (vejam bem, podem, mas não
garantem nada) propiciar um ambiente
de trabalho mais produtivo, agradável e
dotado de alta dosagem de criatividade.
Outra coisa é a informalidade ocasionar
a perda de documentos e informações
importantes ou a dificuldade para se lo-
calizar contratos.
á
Ato de autossabotagem 5
-
Um escri-
tório de contabilidade confuso.
No caso
empresarial, equivale às doenças silen-
ciosas e aparentemente indolores que
atacam os seres humanos. É algo que
vai corroendo, pouco a pouco e dia após
dia, a situação fiscal e os controles inter-
nos, fragilizando o aparato administrativo
financeiro até se transformar em uma ba-
tata quente onde ninguém terá coragem
de por a mão.
Diante de uma primeira leitura, pode
ser que tudo lhe pareça muito óbvio, mas
o problema dos equívocos “óbvios” é que
eles passam desapercebidos e camufla-
dos, e com o tempo ganham forma, vida
própria, e grande potencial destruidor.
Boa sorte e cuidado!!!
NEGÓCIOS
Por Gustavo
Chierighini, fundador
da Plataforma Brasil
Editorial e membro
dos conselhos
editoriais da DVS
Editora e da revista
Criática.
A
AUTOSSABOTAGEM
EMPRESARIAL
EM
CINCOATOS
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
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