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SAÚDE

M

uitas dietas surgiram, mas talvez

seja a dieta do DNA, que usa infor-

mações genéticas de cada pessoa,

que possa acabar definitivamente com os

quilos em excesso que elas tem!!!

Esse método se propõe a ajudar decisi-

vamente no emagrecimento a partir da pre-

missa de que os

organismos

são

únicos

e

têm sua própria forma de funcionar.

Portanto, é preciso que os cardápios se-

jam desenhados conforme as peculiarida-

des e necessidades de cada pessoa.

Desta maneira, informações que dão

conta, por exemplo, de como o corpo do in-

divíduo reage à ingestão de um pedaço de

carne vermelha, de uma determinada fruta

ou de um belo prato de macarrão poderiam

fazer toda a diferença quando se deseja

emagrecer.

O primeiro passo da dieta é descobrir o

perfil genético da pessoa em relação à ali-

mentação. Isto é feito por meio de exames

que detectam variações no DNA associadas

à maneira como o corpo reage aos alimentos.

Já existem diversas versões no mercado.

Em linhas gerais, eles fornecem informa-

ções sobre a velocidade do metabolismo, a

tendência para acumular gorduras e se há

deficiência na absorção de proteínas e car-

boidratos.

Alguns também oferecem a possibilida-

de de serem levantados dados sobre as res-

postas do corpo aos exercícios.

Nesse caso, são fornecidas informações

mostrando se o organismo se beneficia

mais do exercício aeróbico ou de força.

Assim, um dos exames mais realizados

é o de

genômica nutricional

, que avalia as-

pectos tanto da dieta como dos exercícios

físicos mais adequados.

Um outro exame bastante realizado é o

que se denomina

pathway fit

, graças ao qual

fica-se sabendo quais são os alimentos

mais bem digeridos e absorvidos por uma

pessoa, dependendo naturalmente de sua

composição genética.

É fato comprovado que algumas pes-

soas absorvem melhor glicídios, que com-

põem açúcares de massas, do que lipídios,

que estão presentes em gorduras.

Mas o exame

pathway fit

também infor-

ma a respeito das respostas do organismo

aos exercícios

É cada vez maior o número de clientes

de clínicas de médicos e de nutricionistas

mais badalados do País, que estão saindo

das mesmas com a orientação de adotar a

dieta do DNA.

Como comentou um médico: “Recomen-

do o método do DNA para quem quer cuidar

da saúde de forma geral, para quem busca

melhorar a performance na atividade física

e à pessoas com dificuldade no emagreci-

mento ou mesmo aquelas que querem man-

ter o peso, aperfeiçoando e equilibrando a

nutrição.

Essa dieta de fato ajuda a emagrecer,

pois com os testes, acabamos sabendo

quanto ela deve ter proporcionalmente de

proteína, carboidratos e gorduras e ainda

ver respostas ao metabolismo da cafeína, a

intolerância à lactose, indicações que com-

prometem toda progressão e sucesso de

uma dieta.”

A aposta no novo método de emagreci-

mento é tão grande que, na Inglaterra, foi

iniciada recentemente uma

experiência pio-

neira no mundo

!

O Enable East – comitê formado por es-

tudiosos de saúde pública que dá suporte

às ações do NHS, a rede de atendimento

daquele país – selecionou 56 pessoas que

lutam há anos contra o

excesso de peso

.

Todos essas pessoas foram submetidas

aos testes genéticos para que seja possível

criar para elas uma dieta mais personaliza-

da. Nenhuma tomou remédio para emagre-

cer e foram acompanhadas por seis meses

após o início do regime alimentar desenvol-

vido com base em seu DNA.

A coordenadora do projeto Julie Cons-

table comentou: “Nossa esperança é a de

que eles terminem o programa mais bem in-

formados a respeito dos fatores que afetam

seu peso e, a partir disso, tomem decisões

mais fundamentadas, na hora de escolher o

que comer.

O teste ao qual eles foram submetidos é

o DNA Fit, da empresa DNAFit Limited.

Ele analisa 45 variações genéticas rela-

cionados à capacidade do corpo de reagir

aos alimentos e ao treino físico.

Entre outras informações, dá respostas

a respeito da sensibilidade ao carboidrato

e à gordura saturada (presente em queijos,

sorvete e maionese, entre outros alimentos)

e se há intolerância ao glúten e à lactose.

Toda a Inglaterra está de olho na conclu-

são dessa experiência.

Se os resultados forem muito bons, há

a possibilidade de o método passar a ser

oferecido no sistema público de saúde in-

glês. Certamente há muito interesse nos re-

sultados desta iniciativa tanto por parte da

Inglaterra quanto de outros países.”

Utilizar as informações gravadas no códi-

go genético para montar uma dieta parece

ser uma escolha lógica.

Se o corpo metaboliza mais devagar o

carboidrato, a chance de acúmulo de peso

é maior.

Portanto, no cardápio a ser formulado,

reduz-se a ingestão deste nutriente.

Porém, se é a intolerância ao glúten que

está promovendo uma retenção de líquidos,

originando um peso mais elevado, deve-se

evitar o ingrediente dali por diante.

Além disso, a influência da genética na

obesidade é algo fundamentado pela ciência.

Desde 2001, quando foram divulgados

os primeiros resultados do projeto Geno-

ma – sua proposta é a de decodificar todo

o genoma humano -, grupos de cientistas

ao redor do mundo começaram a usar as

informações derivadas da iniciativa para en-

tender melhor a relação dos genes com a

obesidade.

Hoje, sabe-se que nos genes estão guar-

dadas instruções para determinar desde o

que o corpo vai aproveitar melhor até se

uma pessoa terá mais fome do que a outra.

No início de 2015, o maior estudo feito

sobre o assunto até agora identificou mais

de 140 pontos ao longo do genoma asso-

A DIETA

DO

DNA

A

influência da genética

na

obesidade

é algo

fundamentado pela

ciência.

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

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