TECNOLOGIA
H
á quem pense que
avaliar
,
recrutar
e
contratar
pessoas, pode parecer uma
das funções que não seja
passível de
automação
!
Por isso é que os que trabalham no de-
partamento de Recursos Humanos (RH)
acham que as suas habilidades
nunca se-
rão substituídas
por computadores (ou ro-
bôs), que não terão condições para manter
uma conversa com alguma pessoa ou então
interpretar certas dicas sociais.
Mas as pessoas que têm entre as suas
funções entrevistar candidatos a emprego
numa empresa têm os seus vieses e predi-
leções que fazem com que tomem decisões
erradas sobre as melhores pessoas para
certos postos na organização.
Elas tomam decisões de contratar, mui-
tas vezes inconscientemente, com base
em similaridades que não têm nada a ver
com os requisitos do emprego – tais como
se o candidato tem um amigo em comum,
frequentou a mesma escola ou gosta dos
mesmos esportes.
Esta é uma razão porque alguns pesqui-
sadores dizem que o preenchimento tradi-
cional de empregos está repleto de falhas.
É por isso que muitas empresas inician-
tes (
start-ups
) estão desenvolvendo
soft-
wares
com algoritmos que permitem que o
tempo de entrevista seja menor, mais ba-
rato e melhor utilizado, gerando dados que
auxiliam os recrutadores a completar o seu
trabalho conversando só com os candidatos
mais adequados para os postos de trabalho
abertos.
Por enquanto, os dados colhidos pelos
algoritmos de contratação são apenas re-
cursos adicionais ou ferramentas para que
os recrutadores as usem, informando-lhes
como os candidatos estudam, seus conhe-
cimentos culturais, suas crenças etc., mas
a
expertise
humana é ainda necessária para
a decisão final.
Porém, tudo indica que em breve esses
algoritmos serão tão sofisticados que o re-
crutamento e a contratação se tornem total-
mente automatizados.
Vamos torcer para que isso não acon-
teça logo, pois muitas pessoas vão perder
seus empregos, não é?
Não se pode esquecer no momento a re-
flexão de Steve Wozniak, criador junto com
Steve Jobs, na década de 1980 dos micro-
computadores Apple I e Apple II, que acre-
dita que nós, humanos, vamos acabar se
tornando animais de estimação dos robôs,
quando a inteligência artificial (IA) ultrapas-
sar a nossa.
Para ele, robôs vão cuidar da gente para
preservar a natureza, da qual fazemos parte.
Steve Wozniak disse recentemente que
a evolução cada vez maior da IA seria mui-
to ruim para a humanidade, e que os robôs
iriam se livrar de nós por sermos
lentos
e
ineficientes
.
Esse medo de que a IA torne a humani-
dade obsoleta é muito próximo do temor de
que as máquinas acabem com o trabalho
dos humanos.
O computador
Watson
, da IBM, já pode
ser treinado para atividades como atendi-
mento a clientes, diagnóstico de pacientes e
análise de risco para instituições financeiras.
Claro que o desafio atual é criar siste-
mas inteligentes de uso geral.
Já carregamos nos celulares, assisten-
tes pessoais como
Siri
, da Apple e
Now
, se bem que eles estão muito longe da
Samantha
, o sistema operacional com a voz
de Scarlett Johamsson do filme
Ela
.
O jornalista Kevin Kelly ressaltou no seu
livro
Para Onde nos Leva a Tecnologia
que
conforme os robôs vão assumindo nossas
atividades ficamos com mais tempo para
criar novas tecnologias.
Mas o que irá acontecer quando as má-
quinas se tornarem criativas?
OS
ALGORITMOS
PODEM
CONTRATARMELHOR QUE
OS ESPECIALISTAS DE RH
TURISMO
C
onstantinopla, a intrigante cidade cor-
tada pelo estreito de Bósforo, com
um lado europeu e outro asiático, era
a parada final do
Expresso do Oriente
(
Orient
Express
), o legendário serviço de trem de
longa distância inaugurado em 1883.
Partindo de Paris e cruzando várias ca-
pitais no leste europeu, aquela rota repleta
de mistério foi imortalizada como cenário
de romances policias, como os de Agatha
Christie.
O mundo então parecia menor.
Constantinopla é hoje Istambul, uma ci-
dade com quase 15 milhões de habitantes.
O
Orient Express
mudou muitas vezes de
traçado e resiste apenas na imaginação de
viajantes literários, em especial no trajeto
entre Estrasburgo, na França, e Viena, na
Áustria.
A mística que envolve longas travessias
em trens adentrando países exóticos contu-
do se mantém viva em outras rotas de luxo.
Esse é o caso das linhas operadas pela
Golden Eagle Luxury Trains percorrendo es-
tradas de ferro da Europa e da Ásia, ofe-
recendo todo o conforto exigido nos dias
atuais, bem como aventuras dos tempos
áureos do
Orient Express
.
Imagine então você na rota Moscou-
-Pequim a bordo de uma cabine privativa
com mordomias dignas de um
palácio so-
bre trilhos.
As cabines contam com piso aquecido,
acesso à Internet, TV, DVD e uma excelente
seleção de produtos L’Occitane nos banhei-
ros que oferecem ainda roupões de banho
premium
, chinelos e secador de cabelos –
mimos que colocam as viagens do Golden
Eagle entre as melhores do mundo, de acor-
do com a Sociedade Internacional de Viajan-
tes de Trem (Society of International Railway
Travelers).
Os roteiros incluem paradas para co-
nhecer as atrações das cidades do percur-
so (
off-train
), hospedagem em hotéis cin-
co estrelas, antes e depois do embarque,
incluindo-se também todas as refeições,
traslados, guias, atendimento
VIP
com as-
sistentes de bordo em um plantão 24h e
serviço médico.
As duas principais rotas que a Golden
Eagle operou em 2015 foram o
Transmon-
golian Express
com duração de 13 dias, indo
de Moscou (Rússia) até Ulan Bator (Mongó-
lia) com um custo inicial de quase US$ 16
mil por pessoa em cabine dupla e a
Rota da
Seda
a bordo dos trens Shangri-La express
& Golden Eagle Trans-Siberian Express,
viajando-se de Moscou até Pequim com um
custo inicial de US$ 26 mil por pessoa em
cabine dupla.
São valores significativos, mas corres-
pondem ao grande valor que se obtém de
uma viagem como essa...
VOCÊ JÁ PENSOUCRUZAR A
EUROPA E A ÁSIA
DE TREM?
O famoso trem
Golden Eagle.
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C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A
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