Table of Contents Table of Contents
Previous Page  27 / 52 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 27 / 52 Next Page
Page Background

Paz –

Quatro instituições da sociedade

civil que, unidas em um fórum, o Quar-

teto Nacional de Diálogo Tunisiano, contri-

buíram para o processo de consolidação

democrática da Tunísia, ganharam o Nobel

da Paz, uma escolha bem “diferente” do co-

mitê de premiação.

A distinção coube à União Geral Tunisia-

na do Trabalho (UGTT), o maior sindicato do

país, o seu equivalente patronal, a União

Tunisiana da Indústria, do Comércio e do

Artesanato (Ugica), à Ordem Nacional dos

Advogados (ONA) e à Liga Tunisiana dos Di-

reitos do Homem (LTDH).

As quatro organizações agiram de forma

coordenada, em outubro de 2013, dialogan-

do em meio ao caos político que ameaçava

a estabilidade das instituições da Tunísia, o

país em que eclodiu a Primavera Árabe em

2011. Esse movimento derrubou o então

presidente do país, o general Zine Abdine

Ben Ali, que governava desde 1987.

O momento mais agudo da crise que se

seguiu à queda do líder tunisiano se deu

após a morte de Mohamed Brahmi, um de-

putado constituinte de tendência secular e

progressista assassinado por jihadistas na

cidade de Ariana, em 25 de julho de 2013.

Naquele momento, a Tunísia esteve à

beira do precipício, o que levou à queda do

primeiro-ministro islamista, Ali Larayedh,

eleito após a revolta.

O Quarteto Nacional de Diálogo foi, en-

tão, o artífice de um acordo multilateral que

resultou na formação de um governo tecno-

crata de transição, chefiado pelo primeiro-

-ministro Mehdi Jomaa, que assumiu a fun-

ção em 14 de dezembro.

Esse processo de negociação política,

ainda que frágil, garantiu a estabilidade de-

mocrática e abriu caminho para a realização

de eleições presidenciais e legislativas.

Kaci Kullman Five, presidente do comi-

tê de premiação, explicou: “Mais do que

qualquer coisa, o prêmio tem a intenção de

encorajar o povo tunisiano que, apesar dos

grandes desafios, estabeleceu estruturas

para uma fraternidade nacional que o comi-

tê espera que sirva de exemplo a ser segui-

do pelos outros países do mundo.”

Química –

Os ganhadores desse prê-

mio em 2015 foram o sueco Tomas

Lindahl, de 77 anos, o norte-americano Paul

Modrich, 69 anos, e o turco Aziz Sancar,

também de 69 anos, por terem mapeado e

explicado como a célula repara o DNA.

Esse trio de pesquisadores abriu a “cai-

xa de ferramentas” das células e descobriu

quais mecanismos elas usam para reparar os

erros que aparecem ao DNA ao longo do ciclo

celular, preservando a informação genética.

No comunicado do comitê do Nobel divul-

gou-se: “Os estudos desse trio de pesqui-

sadores possibilitaram o mapeamento em

nível molecular, ou seja, como as células

reparam o DNA danificado e protegem a in-

formação genética. Seus trabalhos fornece-

ram conhecimento fundamental sobre como

uma célula viva funciona e são aplicadas,

entre outras coisas, no desenvolvimento de

novos tratamentos contra o câncer.”

Ao contrário do que se pensava na déca-

da de 1970, a molécula do DNA é altamen-

te instável e diariamente sofre milhares de

modificações espontâneas que a danificam.

Integrantes do Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, a partir da esquerda: Houcine Abbassi, Wided Bouchamaoui, Abdessattar ben Moussa e

Fadhel Mahfoudh.

27

N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 5