PUBLICIDADE E PROPAGANDA
O
mercado brasileiro de
publicidade e
propaganda
(P&P) encolheu signifi-
cativamente em 2015 – o recuo de
gastos em anúncios foi estimado em 10%,
podendo até chegar em 15%, quando em
2014 houve um crescimento de 1,5% –, e
as perspectivas para 2016, mesmo com a
realização dos Jogos Olímpicos no Rio de
Janeiro,
não são animadoras
!!!
O pior de tudo é que a competição entre
as agências de propaganda por novos clien-
tes tornou-se cada vez mais agressiva. Com
isso, aqueles que as conquistaram, tiveram
uma menor rentabilidade, pois deram gran-
des descontos.
O presidente da Associação Brasileira
de Agências de Publicidade (Abap), Orlando
Marques, enfatizou: “Esse encolhimento do
mercado de P&P interrompe pela primeira
vez uma trajetória contínua de crescimen-
to desde 2007. É claro que o resultado de
tudo isso acaba sendo o
aumento de de-
missões
no setor, o que é lastimável, pois
esses jovens publicitários talentosos aca-
bam senso contratados por agências do ex-
terior. Assim, o nosso País acaba perdendo
importante capital intelectual e criativo que
inclusive permitiu ao Brasil ganhar muitos
prêmios em Cannes.”
Para sobreviver, as agências de publi-
cidade não estão apenas demitindo, mas
também contendo os seus custos, o que
inclui até a diminuição de gastos com a lim-
peza dos escritórios.
Sergio Amado, presidente da Ogilvy no
Brasil, a segunda maior agência do País, dis-
se: “O caos político e o desgoverno estão
destruindo nosso negócio e muitos outros
negócios. É verdade que desde 2013 já ví-
nhamos registrando sinais de dificuldades. E
em 2016 provavelmente essa crise deverá
continuar... Está sendo destruída a capacida-
de de investimento dos anunciantes.
Considerando todos os clientes da
Ogilvy, 50% reduziram as suas verbas em
2015 e 40% não o fizeram, pois já haviam
contratado serviço (espaço) e não tinham
como adiar os anúncios. Em época de crise,
como foi esse 2015, os anunciantes con-
centraram as suas verba em TV aberta. Fi-
zeram campanhas mais diretas, com o obje-
tivo principal de vender de forma ostensiva.
Deve-se ressaltar que os jornais, como
plataforma de anúncios, passaram a ter
uma curva ascendente
,
muito relevante
, o
que significa uma tomada de consciência.
Não se constrói democracia na Internet,
mas com jornal. O jornal, por seu turno, é
complementar à TV.
Ainda temos poucas campanhas planeja-
das, e isso porque não se nota nenhum tipo
de gordura no primeiro trimestre de 2016.
A
CRISE ECONÔMICA
E POLÍTICA NO BRASIL
FAZ OMERCADO DE
PUBLICIDADE
ENCOLHER
34
C R I ÁT I C A
T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A