Por Eudes de Freitas Aquino
SAÚDE
E
m setembro de 2015, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) publicou o
Relatório Mundial de Envelhecimento e
Saúde
. O documento defende que o mode-
lo de saúde que é utilizado atualmente no
mundo precisa de mudanças profundas na
metodologia de presta
ção de
serviços de
saúde
à
população que está envelhecendo.
Eles indicam que uma criança nascida no
Brasil ou em Mianmar, no ano 2015, pode
viver até 20 anos mais que uma criança
nascida há 50 anos.
Com o envelhecimento da população,
houve também um aumento na ocorrência
de problemas de saúde; como colesterol
alto, diabetes, enfermidades cardiovascu-
lares, pressão alta e câncer. Doenças que
são intensificadas pelo ritmo de vida atual,
estresse gerado por rotinas exaustivas,
fatores genéticos e pela alimentação, que
muitas vezes não é balanceada.
Pensando nisso, hoje em dia, buscam-se
cada vez mais medidas para a prevenção e
cuidado da saúde, ao invés de tratar somen-
te a doença em si ou o paciente já doente. O
Sistema Unimed, por exemplo, registrou me-
lhora no acompanhamento da rotina de saú-
de de mais de 100 mil pacientes, por meio
do modelo de
Atenção Primária à Saúde
,
que preza pela integração dos serviços médi-
cos oferecidos aos pacientes durante todo o
ciclo de vida, considerando histórico familiar,
comunitário e regional do usuário.
Em 2011, a Unimed do Brasil instituiu o
Comitê de Atenção Integral à Saúde (CAS)
com o objetivo de buscar uma ampla refor-
ma no modelo de atenção da Unimed, ou
seja, reorganizar as práticas de saúde, em
benefício da qualidade de vida dos usuários
dos planos de assistência médica. Além
disso, é possível promover iniciativas de
prevenção de doenças, e discussões sobre
o serviço de saúde domiciliar e o gerencia-
mento de doenças crônicas.
Na Unimed Guarulhos, por exemplo, 35% dos pacientes diabéti-
cos passaram a realizar todos os cuidados essenciais recomenda-
dos no ano para o acompanhamento preventivo e de trato da doen-
ça. Já na Unimed de Belo Horizonte, as idas aos pronto-socorros
caíram de 35% para 18%. O paciente também fica com o
número
do celular do médico
, e pode acioná-lo se precisar.
O principal desafio para adoção desse modelo no Brasil
é
difun-
dir a ideia de que a
medicina preventiva
, por meio da atenção in-
tegral à saúde,
é
mais eficaz do que procurar diretamente médicos
especialistas para o primeiro atendimento. Esta é uma cultura que
precisamos mudar.
Hoje, buscam-se cada vez mais medidas
para a
prevenção
e
cuidado da saúde
, ao
invés de tratar somente a doença em si
ou o paciente já doente.
ENVELHECIMENTO
DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
↘
Eudes de Freitas Aquino é presidente da Unimed do Brasil – que
representa institucionalmente as cooperativas médicas que consti-
tuem o Sistema Unimed – e vice-presidente do International Health
Cooperative Organization
(IHCO).
Também é diretor conselheiro da Aliança Cooperativa Internacio-
nal, primeiro vice-presidente da Cooperativa das Américas e membro
do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP). Em 2015, foi
eleito uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil pela revista For-
bes e homenageado com o título de Cidadão Paulistano pela Câmara
Municipal de São Paulo (SP).
↘
Sobre a Unimed - O Sistema Unimed nasceu com a fundação da
Unimed Santos
no Estado de São Paulo, em 1967, e hoje é composto
por 351 cooperativas médicas, que prestam assistência para aproxi-
madamente 20 milhões de beneficiários em todo País. Clientes Uni-
med contam com quase 115 mil médicos ativos, 114 hospitais gerais,
2.801 hospitais credenciados e 14 hospitais-dia, além de 216 pronto-
-atendimentos, 97 laboratórios, ambulâncias e hospitais credencia-
dos para garantir qualidade na assistência médica, hospitalar e de
diagnóstico complementar.
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