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o início de 2016, os organizadores
do Campeonato Inglês anunciaram
que os clubes iriam dividir uma quan-
tia superior a 5 bilhões de libras esterlinas
(algo como R$ 21 bilhões) em direitos de
transmissão da competição pelas próximas
três temporadas
(de agosto de 2016 até a
metade de 2019), o que de fato deixou um
pouco
perplexo o mundo do futebol
!!! Mas
passado algum tempo, passou a ser tratado
com naturalidade, encarando esse investi-
mento como
“somente”
mais um grande ne-
gócio de uma indústria que progride ano a
ano significamente!!!
De fato, o
esporte
transformou-se num
poderoso produto do
universo do entreteni-
mento
que, para uma boa parte de investido-
res e patrocinadores, conduz a um retorno
financeiro garantido, proporcionando reper-
cussão e visibilidade. E particularmente no
caso do Brasil, que em 2016 viveu o seu
ano olímpico, quando as atenções do mun-
do ficaram voltadas para o Rio de Janeiro a
partir da cerimônia da abertura dos Jogos,
as estimativas indicaram que os mesmos
teriam uma audiência de aproximadamente
5 bilhões de pessoas em todo o planeta!!!
O que de fato aconteceu!!!
Claro que o público quis ver excelentes
exibições dos atletas em diversas modali-
dades e dos jogadores nos vários tipos de
Jogos. Por isso, eles passaram a ser cobi-
çados por clubes e marcas, como, por exem-
plo, o recordista das corridas de 100 m e
200 m Usain Bolt, ou então o craque por-
tuguês de futebol Cristiano Ronaldo, eleito
três vezes o melhor do mundo e agora cam-
peão da Europa.
Há um bom tempo, os Estados Unidos
da América (EUA) e muitos países da Eu-
ropa “consomem” muito o esporte, com o
que, isso provocou uma valorização, prova-
velmente excessiva, dos esportistas e das
próprias competições, seja uma partida de
basquete, uma corrida de carros ou um de-
safio atlético.
Não é por acaso que o Comitê Olímpi-
co Internacional (COI) só com as receitas
e com os direitos de transmissão especial-
mente pelas emissoras de televisão dos Jo-
gos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016
obteve algo próximo a US$ 4,2 bilhões. Na
realidade, os direitos de transmissão dos
Jogos representaram 75% do faturamento
total obtido pelo COI, que foi de US$ 5,6
bilhões.
Só a televisão brasileira apresentou 12
mil horas dedicadas às competições: Globo,
Record e Band, pela TV aberta, e os canais
pagos SporTV, ESPN, Fox Sports e BandS-
ports. Os países mais desenvolvidos do
mundo (EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália,
Japão França, China etc.), com a sua cober-
tura, apresentaram mais de 40 mil horas de
transmissão.
Esse contrato da Globo para a Olimpía-
da do Rio lhe permitiu a transmissão das
competições em praticamente todas as pla-
taformas, incluindo as televisões aberta e
por assinatura, Internet e telefone celular
(em regime de exclusividade). Os direitos
de transmissão foram extensivos para as
suas 124 exibidoras: as
cinco
emissoras
próprias da Globo (Rio de Janeiro, São Pau-
lo, Brasília, Minas Gerais e Recife) e as
119
afiliadas.
Para cobrir o investimento, a TV Globo fe-
chou para os Jogos o
maior pacote de comu-
nicação do mercado brasileiro em 2016
!!!
Ele foi composto por 2.680 inserções na
TV aberta
e 2,7 bilhões de impressões no
portal
Globo.com, com o que seis cotas fo-
ram fechadas com Fiat, Nestlé, P&G, Claro,
Bradesco e Coca-Cola por R$ 255 milhões
cada uma.
Por seu turno, o projeto comercial do
SporTV também constou de seis cotas ad-
quiridas por Bradesco, Claro, Nissan, Cor-
ESPORTE:
PODEROSO PRODUTO
DO SETOR DE ENTRETENIMENTO
ENTRETENIMENTO
S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 6