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SAÚDE

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C R I ÁT I C A

T U D O S O B R E E C O N O M I A C R I A T I V A

Estima-se, especialmente no Brasil, que

80% das informações de saúde se apre-

sentam dessa maneira e, com a tecnologia

cognitiva, passem a ser estruturadas e des-

vendadas.

Os dados de saúde de uma pessoa ao

longo da vida são de uma tal magnitude

que nenhum médico poderia assimilá-los

ou entendê-los completamente...

Por exemplo, na área da oncologia, com

as muitas especificidades de cada tumor, o

sistema Watson consegue cruzar os dados

do paciente e da doença com as evidências

científicas já existentes sobre o tema para

indicar ou medir as probabilidades de suces-

so em cada opção de tratamento, eliminan-

do, ao mesmo tempo, os malefícios de cada

terapia, os efeitos colaterais e a toxicidade.

Para poder chegar a essas “recomen-

dações”, o sistema Watson teve acesso a

centenas de periódicos científicos, livros di-

dáticos voltados para a área de oncologia,

além de receber continuamente informa-

ções adicionais sobre novas descobertas.

Há claros indícios que o volume de no-

vos dados sobre medicina dobra a cada 73

dias (!!!) e, por isso, é praticamente im-

possível que um médico consiga estar a

par de todas as novas descobertas, o que

justifica recorrer à computação cognitiva,

que tornou-se um auxílio imprescindível ao

médico, em qualquer que seja a sua espe-

cialidade!!!

Claro que o uso da

big data

e da IA na

área da saúde pode ter outras funções,

além de ajudar na definição dos mais efica-

zes tratamentos médicos.

Um exemplo real é o do laboratório

Fleury, que já entrou na onda da tecnolo-

gia cognitiva para solucionar problemas de

saúde e, assim, em setembro de de 2016,

passou a usar o sistema Watson para ma-

pear mutações genéticas de DNA dos seus

clientes.

A tecnologia permite comparar o código

genético de cada paciente ao de outros já ca-

dastrados, e a dados de estudos científicos.

No laboratório Fleury os especialistas

acreditam que no futuro a análise feita pelo

Watson poderá ajudar a indicar se o apare-

cimento de uma doença está relacionado à

falha específica de algum gene!!!

Aliás, a Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo (USP), inaugu-

rou em outubro de 2016 o seu Laboratório

de

Big Data

e Análise Preditiva em Saúde

(LABDAPS), que está sendo coordenado pelo

prof. Alexandre Porto Chiavegatto Filho.

O LABDAPS surgiu do financiamento da

Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta-

do de São Paulo (Fapesp) e da Fundação

Lemann, e inicialmente funcionará tendo

dez pesquisadores, sendo docentes e estu-

dantes de graduação, mestrado e doutora-

do, contando com computadores capazes

de analisar imensos bancos de dados (

big

data

).

O prof. Alexandre P. Chiavegatto Filho

explicou: “Antes mesmo da inauguração da

nossa sede física, já estávamos trabalhan-

do no desenvolvimento de quatro grandes

projetos.

O primeiro deles tem como objetivo

estabelecer quais são as chances de diag-

nóstico de cada uma das três doenças

transmitidas pelo

Aedes aegypti

– dengue,

chikungunya e zika – em um paciente que

procura o serviço de saúde com uma des-

sas suspeitas.

Como os sintomas das três viroses são

parecidos, o diagnóstico clínico fica prejudi-

cado e a detecção laboratorial é demorada,

insuficiente ou nem sempre está disponível

como no caso da zika.

“Estima-se, especialmente no Brasil, que

80% das informações de saúde

se apresentam

dessa maneira e, com a tecnologia cognitiva,

passem a ser estruturadas e desvendadas.”