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J A N E I R O / F E V E R E I R O / M A R Ç O 2 0 1 9
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Tal fato veio ao encontro das novas exigências de
uma época em que o avanço tecnológico e científico
que ocorreu no decorrer do século XX fez com que
o ser humano se voltasse para novas experiências
e se apegasse ao que é material para contar a sua
história. E os museus que antes eram “
santuários
”
discretos e clubes fechados, passaram a ter como
principal pressuposto a aproximação com o público.
Dessa maneira, as práticas colecionistas “antigas”
foram dando lugar ao aprofundamento científico,
interdisciplinar e educativo dos museus.
Podemos dizer que a
reformulação conceitual
do
espaço dos museus, mesmo enfrentando avanços e
retrocessos ganhou novo impulso nomundo todo nos
anos 1970 e 1980, sendo tanto lícito considerar essa
reorientação como uma verdadeira revolução na con-
cepção tanto do museu público como de um privado,
e na constituição de uma museologia moderna.
E falando em Museu do Louvre deve-se notar a
grande recuperação de visitantes que ele recebeu
em 2018, tudo graças à recente publicidade que lhe
deu o vídeo de uma canção a Beyoncé e Jay-Z em
frente a importantes obras do museu, como
Mona
Lisa
e
Vênus de Milo
, entre outras, e foi visto no
YouTube mais de
150 milhões de vezes
.
Pois bem, em 2018 esse museu recebeu 10,2 mi-
lhões de visitantes, o maior público em toda a sua
história. É importante ressaltar que cerca de 75%
desse total era de estrangeiros, dos quais 1,5 milhão
eram norte-americanos e 1 milhão foram os chine-
ses. Naturalmente essas pessoas pagaram ingressos
para entrar nesse museu francês. É óbvio que não é
nada fácil receber tanta gente, não é mesmo. Assim,
a instituição tem sempre procurado agregar à sua
coleção itens raros, curiosos, secretos ou inéditos,
que sejam capazes de atrair grandes públicos.
Veja a seguir quatro mostras recentes de outros
museus importantes no mundo:
1º)
O
Museu Zoológico do Instituto de Zoologia
da Academia Russa de Ciências
, que tem uma das
maiores coleções de espécies zoológicas do planeta,
entre as quais diversos exemplares de esqueletos de
mamute. Esse museu recebe cerca de 300 mil visi-
tantes por ano, com um máximo de 8 mil visitantes
por dia.
2º)
Em novembro de 2017 foi inaugurado o
Mu-
seu da Bíblia
, em Washington (nos EUA), um proje-
to que custou US$ 500 milhões, rico em conteúdo,
cheio de tesouros históricos e planejado para atrair
um público de todas as idades. Ele estabelece um
novo padrão de como num museu se deve misturar
entretenimento e educação.
3º)
Com a finalidade de impressionar os visitan-
tes, foi inaugurado recentemente em Nova York, o
KGB Spy Museum
(que cobra US$ 25 pelo ingresso
para adultos), no qual está documentada a ascensão
do Komitet Gosudarstvenoy Bezopasnosti (KGB), ou
seja, do Comitê de Segurança do Estado, a agência
de espionagem e polícia secreta da antiga União So-
viética.
4º)
De 8 de fevereiro a 18 de maio de 2019, no
Museu do Brooklyn
, pode-se pela primeira vez nos
EUA, visitar a mostra
Frida Kahlo: Aparências Podem
Ser Enganosas
. Note-se que Frida Kahlo morreu em
1954, aos 47 anos, mas hoje ela ainda tem cerca de
800 mil seguidores no Instagram (!?!?). As pessoas
têm curiosidade incrível por ela, especialmente so-
bre os produtos de beleza que ela utilizava...
Bem, caro(a) leitor(a) da
Criática
, se pudesse
você iria a qual desses quatro museus? Não vale res-
ponder: “
Iria ao Louvre
”!!