Na realidade, as empresas montadoras
estão agora competindo com a possibilida-
de de dar mais informações, e de maneira
segura, para o condutor do veículo enquanto
este estiver dirigindo.
Deve-se recordar que a Ford dos EUA lan-
çou o primeiro sistema Sync, que executava
apps
(aplicativos) e enviava e recebia men-
sagens de texto por meio da ativação de voz
em seus modelos 2008!?!? A Ford desen-
volveu uma linguagem de código aberto para
aplicativos e agora está tentando convencer
outros fabricantes de automóveis a utilizá-la
para que não tenham que desenvolver sua
própria conexão para serviços populares de
música
on-line
, como o Spotify e o Pandora.
No momento, há evidências de que as
montadoras estão enfrentando uma tarefa
bem difícil, ou seja, impedir que seus clien-
tes as abandonem em favor daqueles que
tenham
apps
melhores. Sem dúvida, o reco-
nhecimento de voz do
CarPlay
e do
Android
Auto
, baseados na computação em nuvem,
pode tornar bem mais fácil para um cliente
buscar informações sobre como chegar a
um determinado lugar, ou usar as funções
do telefone ou encontrar uma música dese-
jada enquanto está dirigindo.
Nesses últimos cinco anos, as monta-
doras gastaram muita energia, dinheiro e
viveram decepções no decorrer do desen-
volvimento de seus próprios sistemas de
conectividade do veículo. No final das con-
tas, o que ficou claro é que os clientes pre-
ferem usar seus
smartphones
da Apple e do
Google, como já fazem quando estão fora
do carro...
A Toyota, maior
montadora domundo
em vendas, está, por
enquanto, evitando os
gigantes da tecnologia do
Vale do Silício, apoiando-
se exclusivamente em
seus
próprios sistemas
para manter uma ligação
mais direta e íntima com
os clientes.
O ARTESANATOMODERNO
ESTÁ SE VALENDO DO
MOVIMENTO
MAKER
!!!
O
movimento
maker
é caracterizado pela união do mecâ-
nico com o digital. Para um dos precursores do assun-
to, o autor britânico Chris Anderson, que escreveu
Ma-
kers: A Nova Revolução Industrial
, esse fenômeno faz parte de
uma lógica de produção inédita e se destaca por ocorrer entre
pessoas – e não somente nas empresas.
Dale Dougherty, fundador da revista
Make
, a primeira publi-
cação voltada ao tema, prefere enxergar essa tendência como
uma “renascença criativa”, ou seja, um salto qualitativo e quan-
titativo para o artesanato!!! Para ele, o
movimento
maker
vai
levar milhões de pessoas para a
cultura da criatividade
.
Já Chris Anderson, sobre o movimento
maker
, disse: “Há
uma revolução acontecendo e o movimento
maker
é uma par-
te disso. Incialmente, deve-se destacar que está havendo uma
substituição de músculos por máquinas. Com isso, está se
substituindo o poder de pensar dos cérebros – digamos do ar-
tesão, refletindo continuamente sobre o que está elaborando –
por máquinas. Mas, na realidade, acaba-se fazendo uma certa
combinação, ou seja, desenvolveu-se uma
manufatura digital.
O grande efeito é que isso não será feito só nas empresas,
mas nas casas de pessoas comuns. Portanto, o movimento
maker
leva a uma revolução democratizante.
A maior mudança que o movimento
maker
já provocou nos
últimos anos foi o de virar uma grande indústria do trabalho
manual, contando com a ajuda da impressora de três dimen-
sões (3D). E para se convencer disso, basta olhar os vídeos
do tipo
“Faça você mesmo”
no You Tube. Eles abrangem tanto
as artes quanto a ciência, tanto
hobbies
quanto empresas.
Os objetos que costumavam ser feitos por profissionais ou
exigiam conhecimento especial, como
design
digital e engenharia,
podem ser executados até por crianças que estão no ensino fun-
damental. Com uma impressora 3D, os fazedores (
makers
) podem
produzir agora brinquedos para seus filhos, utensílios para serem
usados na cozinha e, inclusive, peças para seus automóveis.
Em 2014, quando na sede do governo norte-americano – a
Casa Branca – aconteceu uma feira de
makers
, o presidente
Barak Obama declarou: “O nosso país não foi construído com
as pessoas comprando, mas sim fazendo.”
O movimento
maker
tem um potencial tremendo de transfor-
mar a educação como uma experiência para os jovens, encorajan-
do-os a serem mais criativos ainda e expressando o que pensam.
Dessa maneira, eles poderão ajudar a moldar um novo mundo de
trabalho e não viverem em um que lhes seja imposto!!!”
Observação importante
– Tudo indica que em 2016 o Rio de Janeiro (e talvez
São Paulo) venha a receber uma
Maker Faire
, uma feira que já foi realizada em
mais de 140 cidades em 2015, bem como o festival de economia criativa (EC)
Picnic. É claro que para isso acontecer é necessário promover a construção de
espaços onde os fazedores possam se juntar – os chamados
makerspaces.
ARTESANATO
43
N O V E M B R O / D E Z E M B R O 2 0 1 5