Destaca-se aí o
Touro Farnese
, uma es-
cultura de 3,7 m de altura em um só bloco
de mármore, inspirada na mitologia grega.
Ela foi descoberta em 1546 nas termas ro-
manas de Caracalla, e representa a ninfa
Dirce amarrada a um touro. Uma outra peça
espetacular é o
Hércules Farnese
, cópia de
3,1 m de altura de uma criação do naturalis-
ta grego Lísipo (390 – 320 a.C.). Há quem
diga que Napoleão Bonaparte (1769-1821)
se arrependeu muito por não tê-la
surrupia-
do
quando saqueou a Itália em 1797.
Também é muito interessante conhecer
o “gabinete secreto” desse museu, com en-
trada proibida para crianças, pois aí estão
250 itens de arte erótica encontradas nas
ruínas de Pompeia e Herculano.
Não muito longe desse museu está o
Quartieri Spagnoli
(“bairro espanhol”), no
qual estão os diversos cenários da típica
vida napolitana. É um aglomerado de ruas
estreitas, com roupas estendidas nos varais
e senhoras conversando nas janelas, entre
bancas de peixes frescos e verdureiros.
Um outro excelente passeio é aquele na
orla da cidade, a partir da Piazza Del Ple-
biscito, uma praça em semicírculo, na qual,
em março de 2015, o papa Francisco rezou
uma missa
Andar no calçadão à beira mar possibili-
ta admirar a baia de Nápoles com as ilhas
de Capri e Ischia, que recebem uma mul-
tidão de turistas e que atraem celebridades do mundo toda para
passar suas férias e oferecer grandes festas.
A pérola dessa praia é o Castel dell’ Ovo, do século XV, cons-
truído sobre duas rochas. É de seus terraços que se tem a melhor
vista do monte Vesúvio. Aliás, em torno desse castelo está uma
vila com bons restaurantes, nos quais o visitante pode dar início à
sua jornada gastronômica para conhecer melhor a cozinha do sul
da Itália.
Na ponta do píer está o badalado restaurante
Transatlantico
,
com um extenso cardápio de frutos do mar, possibilitando ao co-
mensal uma vista de praticamente 360 graus da baía, de qualquer
uma de suas mesas. Os turistas mais abastados chegam a esses
restaurantes em barcos de até 25 m que podem atracar na marina
local.
Para quem pode gastar um pouco mais e quer ter uma visão
ainda mais espetacular, a sugestão é o restaurante do Grand Hotel
Vesuvio, que abriu em 1882. No seu nono andar, a cozinha do Ca-
ruso homenageia o tenor napolitano Enrico Caruso (1873 – 1921),
que foi um dos seus hóspedes mais famosos. Ele foi um cozinhei-
ro de mão cheia e levou diversos profissionais italiano para Nova
York, no início do bairro gastronômico de Little Italy, e ajudou muito
a popularizar entre os norte-americanos ingredientes da culinária
de Campanha, como a massa de Gragnano e o azeite de Sorrento,
comunas vizinhas de Nápoles.
Claro que para saborear receitas nativas existem excelentes
restaurantes no centro, como é o caso do Bellini, que fica na praça
de mesmo nome. Os amantes de
pizzas
originais têm à sua dispo-
sição muitas escolhas na Via Tribunali, uma rua repleta de bares,
docerias e restaurantes com as tratorias
Campagnola
e a
Gino Sor-
billo
, que têm fila na porta a partir das 18 h!!!
Quem for a Nápoles não pode deixar de visitar a capela de San
Genaro, na qual se diz que estão guardados os frascos de sangue
coagulado do santo martirizado em 305 d.C. Os fiéis acreditam
que o material torna-se líquido três vezes ao ano (maio, setembro
e dezembro).
Como é?
Ficou atraído para quando as coisas melhorarem no
Brasil, programar uma viagem para a Itália e ficar alguns dias em
Nápoles?
Observação importante
– Esse texto foi elaborado a partir de
matéria escrita por Jacilio Saraiva e que foi publicada no jornal
Valor
Econômico
em 29/4/2015.
Castel dell’Ovo, a pérola da praia em Nápoles.
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