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MODA

luta entre gladiadores – tornando-se verda-

deiros fanáticos, enchendo os estádios, pa-

gando caro pelos ingressos e criando uma

enorme audiência nas transmissões desses

jogos pela TV, que cobra preços elevados dos

anunciantes...

Esse pode ser o lado

bom

do negócio ge-

renciado pela NFL. Porém existe também o

aspecto

ruim

desse esporte que gera

graves

contusões aos atletas

– há uma estimativa

de que cerca de 30% de todos aqueles que

atuaram nas equipes acabaram tendo sérios

danos cognitivos, com o que surgiu um pro-

cesso contra a NFL assinado por cerca de

cinco mil jogadores.

A NFL já foi condenada em várias ações ju-

diciais tendo que pagar centenas de milhões

de dólares para diversos jogadores que fica-

ram com injúrias permanentes. Além disso,

muitos jogadores profissionais das equipes

que fazem parte da NFL tornaram-se milioná-

rios em pouco tempo, e sem uma orientação

adequada passaram a gastar esse dinheiro

de forma desvairada, alguns transformaram-

-se em consumidores de álcool e de drogas,

além de violentos, agredindo especialmente

as suas mulheres. Houve casos, inclusive, de

jogadores que envolveram-se em assaltos,

estupros e foram presos portando armas.

Isso fez com que a NFL tivesse que aplicar

severas penas para esses jogadores, mas

não tem sido fácil coibir todos os infratores.

O INTERESSANTE

ESTILO DE

DOLCE E

GABBANA

D

omenico Dolce e Stefano Gabbana mantêm uma socie-

dade de mais de 30 anos e pode-se dizer que vivem ago-

ra numa fase dourada. Eles se conheceram em Milão,

quando trabalhavam na grife Giorgio Correggiari e, em 1985,

lançaram a marca própria.

Nessas últimas temporadas, os estilistas têm feito as suas

criações ressaltando os destinos paradisíacos e históricos da

Itália, seus museus, teatros, monumentos e, especialmente, a

memória italiana, evocando a imagem de mulheres fortes, meio

dramáticas e sensoriais, como foi o caso da apresentação da

atriz Monica Bellucci nas suas campanhas.

No final de janeiro de 2016, em um evento que durou três

dias, foram apresentados vestidos inspirados nas óperas

do compositor Giacomo Puccini e a passarela foi armada no

palco do teatro La Scala de Milão.

Numa entrevista para Maria Rita Alonso, publicada no jornal

O Estado de S. Paulo

(16/2/2016), Domenico Dolce explicou:

A nossa última coleção de alta moda está ligada ao Scala

.

Essa foi uma decisão arriscada, pois este é um teatro muito

prestigiado, palco de obras incríveis de Puccini, Toscanini, de

artistas como Maria Callas e Pavarotti, e pelo qual todos nós

devemos ter muito respeito. Mas quando imaginamos falar de

Puccini, um ícone da cultura italiana, pensamos em apresentar

a coleção no teatro. Sabíamos que poderia ser muito tocante.

Na moda, você busca referências no passado para enxergar

melhor o que vem pela frente. Se consegue fazer isso, aí sim,

você é

moderno

e está na

vanguarda

. Algumas vezes, você

pensa que a cultura e a tradição clássica não são atuais.

Mas o

que é moderno hoje?

Para mim, moderno é viver intensamente

o momento e criar coisas a partir do que se vive, de acordo com

o seu contexto. A moda sobrevive assim.

Nós precisamos sonhar e oferecer sonhos para a audiência.

A fantasia é importante. Nessa coleção, misturamos a severi-

dade e o rigor, que vêm da alfaiataria milanesa, com vestidos

pretos incríveis, muito simples, com o visual das heroínas de

óperas, aquelas mulheres intensas como a

Madame Butterfly

e

a

Tosca

. É essa mistura que cria um equilíbrio entre o sonho e

a realidade.

Modelar é uma arte de precisão, de encontrar o melhor ba-

lanço do tecido no corpo e é necessário estudar como funcio-

narão as proporções da roupa. Às vezes, você pensa na roupa

no manequim e não dá certo. O vestido na manequim está

morto. Ele ganha vida quando ganha um corpo. E você precisa

tocá-lo do jeito certo, conversar com ele. Um vestido precisa de

amor!!!”

MAT HAYWARD / SHUTTERSTOCK.COM

O estádio superlotado num jogo

entre Seatle Seahawks e Green

Bau Packers (21/8/2010).

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