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S E T E M B R O / O U T U B R O 2 0 1 6

A

pesar de não poderem se sustentar

depois, cada vez mais surgem novos

museus nos Estados Unidos da Amé-

rica (EUA).

O crítico de arte norte-americano Ben Da-

vis citou que os museus norte-americanos

gastam em média

US$ 55

para cada

US$ 8

que recebem dos visitantes. E nessa toada,

rapidamente eles se tornam deficitários.

Por exemplo, o museu Metropolitan, em

Nova York, abriu, em março de 2016, um

anexo de arte contemporânea, o Met Breuer,

e está com outro módulo em obras, mas

anunciou em agosto de 2016 que terá nesse

ano um déficit de

US$ 10 milhões

, tendo que

despedir algumas dezenas de funcionários.

Ben Davis comentou: “Os museus nos

EUA dependem mais de doações do que os

de outros países. E aí esta a parte melin-

drosa do negócio cultural que é o de admi-

nistrar museus, pois ele passa a depender

demais da boa vontade de pessoas ricas,

que com suas doações possibilitam a sua

sobrevivência.

Atualmente, a maioria dos ricos prefere

gastar para adquirir habitações (ou edifícios)

novos e vistosos e cada vez menos perma-

necem envolvidos com o sustento de um mu-

seu, geralmente instalado numa edificação

velha e sem graça.”

Mas isso não abalou os empreendedores

que militam na

economia criativa (EC)

e foi

assim que em julho de 2016 foi inaugurado

em Manhattan (Nova York) o Museu do Sor-

vete. Por incrível que pareça, os seus 30 mil

ingressos se esgotaram em cinco dias!!!

As suas instalações incluem uma sala na

qual os visitantes podem coletar uma gor-

dura vegetal misturada com açúcar em uma

enorme tigela para desse jeito preparar “o maior

sun-

dae

de sorvete do mundo”. Há aí também uma fonte de

chocolate e uma piscina repleta de confeitos granulados

coloridos feitos de plástico.

Quem teve a ideia de construir esse museu foi Mar-

yellis Bunn, que sonhava um dia poder nadar no meio de confeitos!!!

Ele declarou: “Acredito que nada dá mais alegria para uma pessoa,

especialmente um jovem, do que uma bola de sorvete.”

Entretanto, por se intitular um museu, esse

espaço de entreteni-

mento

almeja um alcance maior. Além da piscina, existe nele uma

sala que seu criador, Irwin Adam Eydelnant, denominou “uma con-

junção de instalação de arte com sorveteria e experimento para o

paladar”. Eydelnant valeu-se do seu conhecimento adquirido no seu

doutoramento em engenharia biomédica para criar doces de “fruta

do milagre”, que dão um sabor doce a fatias de limão sobre uma

porção de sorvete de baunilha.

No outro extremo, bem longe de algo que seja doce, em Sandown,

na Inglaterra, o zoológico na ilha de Wight, localizada a 10 km da cos-

ta sul, inclui também o National Poo Museum, ou seja, nada menos

do que o Museu Nacional do Cocô!!!

Esse museu foi criado por artistas do grupo Eccleston George, que

faz mostras para escolas e zoos. A ideia do museu surgiu quando um

integrante do grupo, Daniel Roberts, se deparou com um misterioso

excremento animal na Suécia. Todas as pessoas que estavam com

ele ficaram curiosas com o achado, o qual se descobriu depois que

era o cocô de um lince. Comentou Daniel Roberts: “As pessoas têm

repugnância por cocô, mas também fascinação por ele!?!?”

Na realidade, esse museu de apenas uma sala tem um viés cien-

tífico, incluindo até informações sobre câncer colorretal de seres hu-

manos e algumas tubulações de esgoto. Uma amostra de fezes de

gaivota-prateada contém resquícios de um saco plástico.

Um dos artistas que ajudou a montar o museu, Nigel George,

comentou: “Isso ilustra bem o que os seres humanos estão fazendo

com o ambiente de um lugar.” Aí estão expostas algumas dezenas de

excrementos oriundos de animais como leões, suricatos e pombos.

Como esse museu-sala está sendo bastante visitado, ele começou a

ser levado para outros lugares.

Apenas como uma curiosidade, um dos mais famosos zoológicos

do mundo, o de San Diego, nos EUA, fez uma grande propaganda que

os excrementos dos rinocerontes são o “melhor adubo”, principal-

mente para quem tem pequenos jardins ou hortas nas suas casas.

E não é que isso se transformou em um grande negócio e fonte de

receita para o zoológico, que vende esse cocô de rinoceronte em

vistosas embalagens!!!

MUSEUS

OFERECEM

EXPERIÊNCIAS

SENSORIAIS

!!!

A fachada do museu Met

Breuer, em Nova York.