Marcelo Rosenbaum e o apoio ao artesanato
O designer Marcelo Rosenbaum passou uma nova temporada no Estado do Piauí, mais especificamente nos povoados Várzea Queimada e Jaiacós, de onde trouxe um documentário e o livro Várzea Queimada, Espírito, Matéria e Inspiração, no qual conta a imersão de uma equipe coordenada por ele no cotidiano de uma determinada comunidade de artesãos.
Explicou Marcelo Rosenbaum: “Nos hospedamos com os artesãos para, a partir do contato com as belezas de cada local,
não só procurar gerar uma coleção de produtos, mas, principalmente, estabelecer um círculo virtuoso que leve o estímulo e autorreconhecimento para todos.”
Numa entrevista para Marcelo Lima, publicada no caderno Casa, do jornal O Estado de S. Paulo (3/7/2016), Marcelo Rosenbaum disse:
Vejo beleza em todos os cantos do Brasil. Mas, mais do que isso, vejo riqueza, potencial. Acredito que nosso País guarda saberes e expressões que uma vez encaixados podem gerar real abundância. Nesse sentido, vejo minha atividade como uma espécie de desígnio e me sinto um articulador de um propósito. E o design, como uma ferramenta para um mundo novo. Por exemplo, Várzea Queimada é um típico povoado do sertão. Nele existem exímios artesãos, que fazem cestos, esteiras e objetos com palha de carnaúba e transformam borracha de pneu de caminhão em chinelos. O manejo sustentável da matéria-prima já fazia parte do cotidiano deles desde seus antepassados, porém, a comunidade não reconhecia o valor de seus saberes. O cesto que inspirou toda nossa coleção, o bogoió, confeccionado para transportar mantimentos, descobrimos na casa da artesã mais idosa da comunidade. Para ela, aquele cesto não valia praticamente nada, mas, para nós, foi a inspiração maior. Propusemos também trocar o chinelo de pneus por joias inspiradas na paisagem e vegetação locais.
Deve-se destacar que Marcelo Rosenbaum lançou o seu Instituto A Gente Transforma cuja missão é gerir o relacionamento com as comunidades, zelar por seus direitos de propriedade, perenizar esses conhecimentos tradicionais, fazer a repartição correta dos benefícios, gerando, dessa maneira, fluxo econômico e, ao mesmo tempo, garantindo a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial de cada região!!!
