Reflexões para 2017
Meus caros, depois de um ano tão animado como foi o de 2016, pensei que seria importante um conjunto de reflexões para 2017.
Períodos de crise podem sim representar a abertura de oportunidades, e isso não é um clichê chinês.
Esteja você empolgado ou aturdido com os acontecimentos, o fato é que teremos de sobreviver.
Bonança e derrocada. Elas sempre existirão!
Enquanto a sobrevivência vai se impondo, vale a pena repensar alguns tópicos atemporais, sempre válidos tanto para a bonança, quanto para a derrocada.
Contudo, para deixar bem claro, sim, tenho lado bem definido, e embora não me classifique como um liberal radical, defendo aqui assumidamente a doutrina liberalizante.
Algo que venha para se perpetuar, fortalecendo o universo privado.
Que como sabemos, contempla do banqueiro e grande industrial, à Dona Silvia que é manicure e decidiu abrir o seu salãozinho em uma portinha na comunidade em que vive.
Com menos burocracia e complicações desnecessárias.
Sim, a Dona Silvia, também é massacrada pela burocracia, pelas chatices, burrices e incompetências sempre presentes na ação do excessivo (e dispendioso) aparato estatal de controle.
E para os politicamente corretos e bons mocinhos de plantão, afirmo que no extenso arco da sociedade civil, Dona Silvia, donos de bancos e de indústrias são igualmente importantes, necessários, e merecedores de atenção.
Direto ao ponto, em 2017:
O caos nasce antes na mentalidade das pessoas.
A empolgação econômica, descuidada, sem critério e desprovida de senso crítico sempre conduz ao caos;
Dando nome aos bois.
O Estado brasileiro é “macunaímico” e incompetente na raiz (em outras grandes nações isso não é diferente), logo, precisamos depender cada vez menos de suas canetadas.
Hora de deixar os excessos e cuidar do dever de casa.
Empresários e empreendedores precisam parar com o cafonismo do bom mocismo de uma vez por todas e ser apenas bons e corretos cidadãos. Já é bastante.
Neste contexto, segue-se apenas a legislação em vigor (sempre atento e lutando para que as exigências excessivas sejam atenuadas), mas sem se exceder com outras questões sócio-psicodélico-ambientais.
Em resumo, que tal fazermos o dever de casa?
Ou, que tal pararmos de nos preocupar com o “macaco prego”, e no lugar disso cuidar bem dos nossos próprios funcionários?
Pode ser polêmico, mas creio que o nosso foco seja cuidar da sustentação econômica e competitividade de nossos produtos e serviços. Não estou certo?
Sim, a ambição possibilita financiar muitas causas.
Afinal de contas, sem isso, como haveria recursos para doações destinadas a cuidar do “macaco prego”?
Encaremos a competitividade como ela é. Exigindo a abertura de mercados, no lugar de procurar a barra da saia do estado.
A proteção a setores industriais pode muitas vezes contribuir para a degeneração destes mesmos setores.
Mimando-os, o estado contribui para diluir o gênio inventivo de empreendedores que muito provavelmente cresceriam em situações adversas.
Sim é preciso defender interesses nacionais, e isso é papel do estado. Mas passar a “mão na cabeça” é outra história.
Menos financiamento estatal e mais Equity.
O mundo privado precisa aprender a contar essencialmente com o investimento e com o financiamento estruturado de origem privada.
Com agentes privados, cobrando resultados e eficiência, deixamos o fomento público para os setores estratégicos nacionais.
(Mas com rigorosa vigilância civil. Ajuda muito para evitar os desvios de dinheiro, por exemplo. Coisa rara de acontecer, com a grana originada nos cofres públicos);
Tributos em declínio e recolhidos de forma simplificada.
O empresariado e a sociedade civil precisam berrar alto contra a elevação de tributos.
As ineficiências estatais precisam ser resolvidas dentro do orçamento público já existente.
Fica muito fácil produzir bobagens inchando a máquina pública e depois descarregando o problema em cima do seu bolso.
A sugestão aqui é corte na carne, e simplicidade.
Voz ativa para quem assume riscos.
Um empresariado sem voz ativa e desorganizado será sempre refém do humor do Estado e suas eventuais maluquices;
Evitemos um mundo de ideias absolutas.
Nada se recicla de fato, ou se renova com ideias absolutas não permeáveis ao senso crítico.
Para encerrar, crise é oportunidade (mas isso não afasta a dor);
Construiremos dias melhores, certamente. Não é hora de esmorecer.
Feliz 2017!
Até o próximo.
Fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da revista Criática.