Poraquê captura suas presas por meio da eletricidade!
Típico da bacia do rio Amazonas, o poraquê (Electrophorus electricus), também conhecido como peixe-elétrico, usa descargas de alta voltagem para controlar remotamente os músculos de suas presas.
Aliás, o poraquê pode produzir uma descarga de até 600 volts, suficiente para matar um cavalo adulto. Até agora, no entanto, a ciência ignorava como funcionava de fato o sistema elétrico desse peixe.
Com uma série de experimentos, o pesquisador Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt dos Estados Unidos da América (EUA), mostrou que o poraquê pode produzir diferentes tipos de descargas elétricas (o seu estudo foi publicado recentemente na renomada revista Science).
Algumas delas, de baixa voltagem, funcionam como sensores do ambiente para auxiliar na navegação, já que o peixe-elétrico enxerga mal.
Já as descargas de alta voltagem servem tanto para localizar a presa, quanto para incapacitar sua fuga.
Explicou Kenneth Catania: “O recurso utilizado pelo poraquê funciona de forma semelhante a um teaser – arma não letal que usa descargas de alta tensão para imobilização dos seres humanos.
É incrível a semelhança entre a descarga elétrica do peixe-elétrico e um teaser. A diferença é que o teaser emite 19 pulsos de alta voltagem por segundo, enquanto o peixe-elétrico produz 400.”
Além das descargas de baixa voltagem usadas para perceber o entorno, ele também produz curtas sequências de dois ou três pulsos de alta voltagem, que duram poucos milissegundos com a finalidade de ter uma caçada eficiente.
Com efeito, ao passar perto de um peixe oculto, os pulsos fazem a presa ter uma convulsão que denuncia sua posição – já que o poraquê é eficaz na detecção de movimentos.
Nesse momento, o poraquê lança uma descarga de alta voltagem, com duração de 10 a 15 milissegundos, que paralisa completamente a presa por três ou quatro milissegundos – o suficiente para ser abocanhada pelo rápido caçador elétrico.
Que maravilhosa é a natureza com tantos animais com características incríveis e que merecem ser muito mais estudados, pois os humanos poderão chegar a novas invenções a partir desses conhecimentos.
Conteúdo produzido pela redação da revista Criática.